Refugiados encontram em Marília lugar para estabelecer raízes
Com fama de cidade “acolhedora” e série de programas lançados com o objetivo de ajudar os refugiados, Marília tem ganhado destaque ao atrair de braços abertos grande número de imigrantes.
São diversos os motivos para comemorar – ou pelo menos 112 – neste 20 de junho, Dia Mundial dos Refugiados. São imigrantes que veem na cidade um município propício para estabelecer raízes, criar os filhos, um ambiente digno de respeito às culturas e tradições e à pluralidade no mais diverso significado da palavra.
Dados do Núcleo de Apoio Humanitário da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, levantados a pedido do Marília Notícia, mostram que a cidade já atendeu 112 imigrantes provenientes de oito países, só neste ano.
E o trabalho para ampliar esse leque de acolhimento não para por aí. Recentemente, a Câmara Municipal aprovou um projeto para o ensino da língua portuguesa aos imigrantes, através de um convênio com uma faculdade local. Também há um grupo de apoio para ajudar com casa e utensílios, e o Núcleo presta todo o apoio com relação à documentação.
E para comemorar o Dia Mundial do Refugiado, celebrado neste 20 de junho, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos – em parceria com o Conselho de Promoção da Igualdade Racial – promove pela primeira vez na cidade o Café das Nações, no dia 2 de julho, na Faip.
“É uma forma de integrar os (imigrantes) que estão chegando com os que estão aqui há mais tempo, pra mostrar que conseguiram se adaptar e fazer parte da comunidade”, explica a presidente do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Marília, Marílis Custódio de Lima Machado.
Cada imigrante pode levar um prato típico de seu país de origem. Segundo Marílis, cerca de 250 pessoas foram convidadas para o evento. Uma delas é a venezuelana Mabel Yadexis, que chegou a Marília há um ano e oito meses, com os três filhos.
A mulher conta que escolheu a cidade para estar próxima de parte da família, que já tinha se estabelecido por aqui. “O esposo da minha prima era brasileiro, de Marília, mas morreu de Covid. A primeira vez que vim ao Brasil foi com essa minha prima. Depois voltei para buscar meus filhos. Mas aqui estão minha avó, minha mãe, minha irmã com a família, minha prima e o irmão dela, e minha sobrinha com a família”, diz Mabel.
Eles saíram da Venezuela por conta da crise econômica, onde sofriam com a inflação nas alturas e a falta de comida e de medicamentos.
“Aqui a situação é muito melhor, com mais emprego e mais oportunidade. Meus filhos estão na escola e os dois menores praticam beisebol no Nikkey. Marília é uma cidade tranquila e tem sido muito bom para todos nós”, conclui a venezuelana.