Vereador Junior Féfin é denunciado pelo MP em caso do PA Sul
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) acatou denúncia contra o vereador Junior Féfin (União), que aponta suposto crime de injúria contra funcionárias do Pronto Atendimento (PA) da zona Sul de Marília, em caso registrado em abril do ano passado. A audiência está marcada para o dia 12 de agosto.
Para o promotor Rafael Abujamra, caso não haja acordo ou a retratação, o vereador deve ser condenado à prestação de serviços à comunidade por seis meses ou à doação de cesta básica para entidade assistencial local, no valor de cinco salários mínimos.
CASO
Féfin esteve no PA Sul no dia 1º de abril de 2021, acompanhado de ao menos um assessor, com a alegação de fiscalizar denúncias recebidas em seu gabinete.
A intervenção do parlamentar acabou virando um grande bate-boca com acusação de agressões verbais e empurrão do membro do União ante a enfermeira Maria Ângela Rodrigues de Almeida Souza, durante uma tentativa dela de impedir que fosse filmada.
Em depoimento, o acusado negou que tivesse utilizado de força física, mas confirmou que intercedeu e impediu que Maria Ângela pegasse o celular da mão do seu assessor. Féfin confirma ainda que perguntou se a chefe da unidade estaria “louca”.
Em junho do ano passado, o delegado Mário Furlaneto Neto concluiu o termo circunstanciado aberto contra o vereador.
A investigação partiu de um boletim de ocorrência que Maria Ângela registrou contra Féfin, com a acusação específica de calúnia.
Com o término da oitiva de testemunhas e coleta de provas – como análise de áudio e vídeo – pela Polícia Civil, o material seguiu para análise do MP-SP.
FUNCIONÁRIA
Na época dos fatos, Maria Ângela disse em entrevista ao Marília Notícia que o vereador teria se apresentado como agente da Polícia Federal e teria feito acusações gravíssimas.
Féfin também teria gritado com diversos funcionários públicos, principalmente do sexo feminino, segundo relatos obtidos pela reportagem na data.
“Ele [vereador] disse que nós estávamos matando as pessoas aqui dentro, dando medicamentos vencidos, que estávamos com falta de insumos”, afirmou a chefe dos serviços de saúde ao MN.
Em seu depoimento à Polícia Civil, Féfin negou que tivesse acusado a equipe de estar matando pessoas e distribuindo remédios vencidos.
OUTRO LADO
Na ocasião da reportagem [em junho de 2021], Féfin enviou nota afirmando que a agressão teria partido da funcionária. “Com relação à imagem, só confirma exatamente o que eu disse e já havia demonstrado desde o início, ou seja, que a ‘agressão’ partiu dela, em tentar pegar o celular à força das mãos do meu chefe de gabinete, e eu apenas defendo, no direito da legítima defesa da posse, como qualquer pessoa normal faria, quando se tem alguém ‘atacando’ um bem material seu.”
Hoje, o vereador foi procurado pelo Marília Notícia para se pronunciar sobre a denúncia do Ministério Público. Mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.