Simulação de morte em motel tira dúvidas e traz acusações
A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (5) a reconstituição do crime que culminou na morte do ajudante Daniel Ricardo da Silva, 37, no ano passado. O coronel da reserva Dhaubian Braga Barbosa, de 57 anos, voltou a Marília para participar da simulação.
Além do PM, participaram da reprodução dos fatos – nas instalações do motel que pertence ao acusado, onde o crime foi registrado – duas funcionárias e dois vizinhos. Ontem, a ex-companheira de Dhaubian apresentou pedido à polícia e não chegou a participar da atividade de hoje.
A nova reconstituição atende pedido da defesa do coronel. Vale lembrar que ele segue preso no Romão Gomes, em São Paulo.
Em coletiva à imprensa, o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luís Marcelo Sampaio, afirmou que a simulação é positiva por recriar os fatos.
“Isso está sendo bom porque é diferente você ouvir e a testemunha mostrar, no local. Serve para a gente conseguir dirimir algumas dúvidas que possam haver para o Judiciário, principalmente no Tribunal do Júri, caso o processo siga até lá.”
Sampaio esclarece que a reconstituição ocorre para retratar o que foi dito pelas testemunhas em juízo. “Não tem nada a mais para esclarecer a não ser tirar alguns pontos de dúvida com relação à posição do corpo, onde a primeira testemunha localizou, a arma, a mochila da vítima. Tudo para retratar fotograficamente aquilo que ocorreu”, explica.
Para a imprensa, o advogado de Dhaubian, Aryldo de Oliveira de Paula, defendeu a tese de legítima defesa. “A defesa entende que o Daniel não conseguiu abater o acusado por ele [vítima] desconhecer armamento daquela espécie, uma Glock com trava. Ele [Daniel] não conseguiu efetuar os disparos porque a arma estava travada e acabou favorecendo a legítima defesa”, afirma.
De acordo com o defensor, há testemunhas que relatam que a vítima dizia que pretendia matar o coronel. “Não só para ficar com a amante, mas para assumir todas as propriedades. Inclusive, a testemunha relata que o Daniel tentou envenenar o coronel por três vezes na água do chimarrão”, acusa.
“Relata que, de uns tempos para cá, o Daniel dizia que não suportava mais o coronel e que tinha que dar cabo da vida dele para que pudesse ficar com a amante. Havia um acordo entre os dois, que todas as vezes que eles fossem se encontrar em motéis, era para ela ir armada porque, caso o coronel aparecesse, era para o Daniel dar cabo da vida dele. Isso está muito claro no processo”, conclui o advogado.
*Vídeo usado nesta matéria foi cedido pelo jornalista Norton Emerson/JM