Disparada no preço trigo deve provocar aumento no pão francês
O consumidor mariliense ainda não sentiu a escalada do preço na farinha de trigo no atacado. É o que garantem os comerciantes, que deixaram de aplicar reajustes ou corrigiram, apenas de forma mais moderada, o preço do pão francês.
Em Marília, o quilo do pão mais consumido pela população custa entre R$ 14 e R$ 16, o que equivale a 20 unidades de 50 gramas. Panificadoras consultadas pelo Marília Notícia relatam aumento entre R$ 1 e R$ 2, nos últimos 30 dias.
O estoque amplo de trigo está contendo os preços no supermercado do empresário Ricardo Silva Souza, na zona Leste de Marília. Ele conta que a provisão da farinha é sempre para um período mais prolongado, mas parte da aquisição recente já teve novo valor.
“Chegou 23% mais cara, mas estamos segurando. Não repassamos e vamos segurar enquanto for possível. Mas impressiona: é uma diferença muito grande em curto intervalo de tempo”, afirma.
O motivo do aumento no preço do trigo é a guerra no Leste Europeu. Embora o Brasil produza cerca de 50% do trigo que necessita e importe outra metade da Argentina, a cotação internacional do produto disparou depois que a Rússia invadiu a Ucrânia. Os dois países são responsáveis por quase 1/3 da oferta global de trigo.
O primeiro impulso do aumento, porém, está mais relacionado a “contaminação do ambiente internacional para os negócios” do que com o abastecimento. Mas analistas do mercado apostam que o maior impacto no Brasil comece em cerca de três meses.
Isso porque a safra do trigo é anual e países que antes não procuravam a Argentina para comprar trigo, vão demandar o grão, fazendo o preço efetivamente disparar na América do Sul.