Mais de R$ 50 mi são pagos em impostos pelo mariliense
Dados do impostômetro – painel eletrônico criado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) – estimam que o mariliense já pagou mais de R$ 50 milhões em impostos entre o dia 1º de janeiro a 3 de março. No mesmo período do ano passado, a arrecadação tinha sido de R$ 45,5 milhões.
São tributos municipais, com destaque para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto Sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI). O orçamento de Marília para 2022 está estimado em R$ 1,3 bilhão, mas considera também transferências do Estado e União.
O professor de economia política da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Marília, Marcos Cordeiro Pires, lembra que o impostômetro é uma “suposição” da ACSP. O apetite governamental por tributos pode ser ainda maior.
“Se você pegar a conta de janeiro de 2021 e comparar com o que ocorreu em 2021 inteiro, o impostômetro errou para menos”, afirma o professor, que destaca a inflação oficial em torno dos 11%, o que explica a arrecadação estimada pela entidade.
No ano passado, o país teve crescimento do PIB (4,7%), depois da retração de 2020. A inflação, principalmente no setor de energia elétrica, fez a diferença nas contas públicas.
“O imposto é um percentual sobre o preço de venda. Logo, se temos inflação, consequentemente, há alta na arrecadação de impostos. No caso da energia e telecomunicações, é difícil ser sonegado”, ensina.
IMPOSTO DE RENDA
Em âmbito federal, o impostômetro reflete – além da inflação – a falta de correção na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A observação é do professor de economia Eduardo Rino.
“Como as faixas não são corrigidas há vários anos, há uma defasagem de 136%. O Sindicato dos Agentes Tributários da Receita Federal estima que se tivéssemos a correção da tabela, metade das pessoas que têm que declarar anualmente estariam isentas”, conclui.