Com a quaresma, peixarias esperam alta de até 15% nas vendas
As lojas especializadas nas vendas de peixes e frutos do mar já começaram a ficar movimentadas no período da quaresma – iniciado nesta última quarta-feira (2). Em Marília, quem trabalha no setor de pescados espera pelo menos 15% de alta.
Segundo os comerciantes, desde a semana passada, já é possível sentir um aumento na procura por peixes. Agora – período típico em que as pessoas trocam a carne vermelha pela branca -, o setor deve ter impacto ainda maior.
“A gente já sentiu um aumento de mais ou menos 5%. Na quarta (3), já houve um acréscimo também e a gente acha que – nos próximos 40 dias – deve ser assim”, espera Ricardo Sakai, proprietário de uma peixaria no Centro de Marília.
O comerciante acredita que as vendas deste ano serão melhores que em 2021. Apesar da expectativa, a peixaria não consegue estocar produtos, pois trabalha com peixes frescos, o que exige planejamento para que a venda seja feita em – no máximo – uma semana.
“Toda semana recebemos peixe fresco. É diferente do estoque de um produto congelado”, diz Sakai.
O carro-chefe do período é a sardinha. Conforme Sakai, o tipo de pescado é o mais procurado na quaresma por estar na estação de pesca e pelo preço.
“A época da sardinha começou nesta quinta (3). Recebemos a primeira remessa e está em R$ 20, o quilo. Este é o período dela fresca e também pelo valor, por ser mais em conta que outros pescados”, comenta.
Sakai conta ainda que, durante a pandemia – principalmente no início -, houve uma alta significativa do consumo de peixe.
“Quando os restaurantes estavam fechados, as pessoas estavam com medo de ir ao supermercado, aumentou a procura. Nosso delivery cresceu bastante. As pessoas começaram a cozinhar mais em casa e colocar mais peixe no prato do dia a dia, que é mais saudável. Muitos médicos começaram a indicar, e a carne vermelha também subiu um pouco [o preço]”, conclui.
IPCA
Apesar do peixe ser mais barato que a carne vermelha, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que – no acumulado em 12 meses – o pescado sofreu inflação de 7,88%.