Cartórios têm janeiro mais mortal da série histórica em Marília
O aumento de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron e os diferentes reflexos no organismo humano pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil de Marília em janeiro de 2022, o mais mortal desde o início da série histórica em 2003, com um aumento de 116% nos falecimentos por pneumonia em comparação ao mesmo mês de 2021.
No primeiro mês deste ano foram registrados 210 óbitos na cidade, um aumento em relação a 2021, que registrou 209 mortes no mesmo período, quando já tinha registrado crescimento nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia. Por outro lado, as mortes por pneumonia passaram de 18 em janeiro de 2021 para 39 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 35 óbitos pela doença.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País – presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como informações dos próprios cartórios brasileiros.
Outro ponto observado pelos números de óbitos registrados pelos cartórios de Marília está relacionado ao crescimento de mortes por doenças cardiovasculares em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (36%), infarto (85%) e causas cardiovasculares inespecíficas (55%). Também registraram crescimento as mortes por septicemia (11%) e insuficiência respiratória (35%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 67% no período.
“Os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição clara nos óbitos por Covid-19, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes, em especial da ômicron que, diante do aumento de casos no último mês, parece ser a causa do crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia”, conclui Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/BR.