Mesmo com chuvas, ano tem melhor início no controle da dengue
Marília começou o ano de 2022 em alerta para a dengue. Mas, os resultados parciais deste verão apontam para baixo o índice de transmissão da doença. Entre os últimos anos, a cidade tem um dos melhores desempenhos.
Com isso, mobilização do Poder Público, com articulação de órgãos técnicos e atuação comprometida dos agentes, busca manter os resultados.
Desta forma, é fundamental o apoio da população. No controle da dengue, é preciso que cada um faça a sua parte, com a vistoria minuciosa dos quintais para evitar a água parada, onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz.
Boletim epidemiológico publicado no Portal da Transparência do Município – que acompanha a evolução de doenças de notificação compulsória – mostra que em 2022 foram notificados 228 casos suspeitos até a sétima semana epidemiológica. Destes, 117 já foram descartados.
Das amostras já analisadas pelo Laboratório de referência, no Instituto Adolfo Lutz, onze são positivas. Ainda existem exames pendentes.
Na mesma época do ano, em 2021, a cidade já tinha 881 casos notificados e 248 confirmados, ou seja, o número de pessoas com suspeitas da doença era quase quatro vezes maior, com 23 vezes mais positivos.
Os dados deste ano também são mais favoráveis que 2020. Naquele ano, até a sétima semana epidemiológica, a cidade tinha 181 casos confirmados, em 787 notificados.
BLOQUEIOS
Para manter a cidade livre da doença em 2022, a Secretaria Municipal da Saúde tem trabalhado inclusive aos fins de semana. Bairros da zona Norte receberam – neste último sábado (19) – uma ação de bloqueio e controle de criadouros. A região foi escolhida após confirmação de um caso positivo de dengue; outros quatros eram suspeitos.
“Realizamos bloqueios para controlar já no início a transmissão da dengue. Pedimos a colaboração dos munícipes, que devem ficar atentos, evitando qualquer lugar que acumule água e que possa se tornar um criadouro do mosquito”, afirma Lupércio Garrido, veterinário da Divisão de Zoonoses.
Foram alvos os bairros Santa Antonieta, Liliana e Jardim Renata. O trabalho envolveu cerca de 50 profissionais, entre agentes e supervisores de saúde.
“Em ações como essa, a população precisa permitir que os nossos profissionais tenham acesso aos quintais. O morador precisa receber a orientação e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes. O foco é educativo”, destaca o secretário Cassio Luiz Pinto Júnior.
Os agentes aplicam o larvicida em criadouros não passíveis de remoção, como ralos e calhas. Em ações de bloqueio, o grupo também remove dos quintais todos os recipientes de água que podem se tornar um fator de risco. Mas os moradores precisam dar sequencia ao trabalho, com cuidados diários no próprio quintal.
ALERTA
A mais recente aferição do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) apontou dados que colocam a cidade em alerta. Por isso, é fundamental manter ações coordenadas do Poder Público, além das iniciativas individuais de cada morador.
O índice predial, que compõem o estudo, apontou 4.2, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como adequado nível abaixo de 1. Acima de 3.9 (que significa a presença de larvas do mosquito em 3,9% dos imóveis vistoriados) é considerado alto risco para surtos ou epidemias.