Situação precária de família retrata avanço da miséria em Marília
O avanço da miséria em Marília durante a pandemia, retratado pelos indicadores sociais, tem sido sentido na pele por Geovana Ferreira de 23 anos, os quatro filhos, o marido e a cunhada, que moram de favor em uma chácara na periferia da zona Oeste de Marília.
“Já faz mais de mês que estamos comendo arroz com abobrinha. Às vezes trocamos por berinjela. Quando dá faço os dois, abobrinha e berinjela, com arroz”, diz a mulher que pede doações e, principalmente, um emprego.
A filha mais velha tem sete anos, um menino tem cinco e outro tem três. A mais nova tem apenas três meses e passou cerca de um mês internada com meningite.
Foi por isso que a família se mudou de uma propriedade rural no distrito de Rosália para outra, agora na sede do município.
“Quando as crianças pedem bolacha, eu junto uns R$ 2 e vou no mercado aqui perto, mas faz tempo que não dou isso ou Danone para eles”, conta a mulher.
Geovana afirma ainda que não tem recebido cesta básica de nenhum serviço público, nem conseguiu acesso ao Auxílio Brasil. Segundo a dona de casa, o Poder Público tem apontado erro em seus dados pessoais.
A mulher nem se lembra da última vez que comeu carne bovina. “Está tão caro que nem sei mais. Quando dá, compro linguiça cabo de reio ou frango temperado, mas também faz bastante tempo que não dá”.
Os legumes que a família usa como mistura para o arroz vêm do local em que moram de favor há três meses em troca de cuidados com a propriedade. Além da dispensa e da geladeira quase vazias, a casa tem três cômodos e poucos móveis. Doação de mobília também é bem-vinda.
Sobre uma oportunidade de trabalho, Geovana conta que tem “curso de assistente administrativa, web designer, auxiliar de cabeleireiro, pacote Office, atendente de farmácia” e já trabalhou no comércio mariliense.
“Eu também tenho experiência em ajudar meu marido, que é caseiro, tratorista e faz todo o serviço de sítio, cuidado dos animais, roça, coloca cerca, mas a pandemia atrapalhou demais a nossa vida”, lamenta.
Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelos números (14) 9 9808-6540 [clique aqui para iniciar uma conversa] e (14) 9 9606-2244 [clique aqui para iniciar uma conversa].