Júnior Féfin diz que suposto pedido de propina ‘beira a risada’
O vereador Júnior Féfin (PSL) usou a tribuna da Câmara de Marília, na sessão desta segunda-feira (14) para, entre outros assuntos, defender o colega de plenário Eduardo Nascimento (PSDB).
O policial federal afirmou que “quase riu” de suposto pedido de propina, que gerou inquérito na Polícia Civil, para apurar a hipótese de dinheiro por apoio político.
Féfin disse que ficou sabendo de acusação contra o colega e que, em breve análise sobre o print de uma mensagem de WhatsApp, ficaria “evidente” ser uma “mensagem irônica” de Nascimento.
O agente disse estranhar que o vereador tucano, após, supostamente, especificar o valor que desejava receber para apoiar o prefeito, tenha bloqueado o interlocutor.
“Quem quer extorquir alguém, não bloqueia seu interlocutor. Isso é uma regra básica. Qualquer estudante de primeiro ano de Direito sabe disso”, ensinou Féfin.
“É uma mensagem de repúdio até, é uma mensagem irônica”, classificou.
Ele disse ainda que o comportamento, a maneira de se comunicar do colega de plenário, justificaria o texto enviado. “Ainda mais nós, aqui, parlamentares, conhecendo o temperamento, o ‘bom humor’ do vereador Nascimento… Eu como policial de carreira, professor de Direito, vendo aquilo, beira a risada, realmente”, disse.
INVESTIGAÇÃO
Conforme mostrou o Marília Notícia na semana passada, em depoimento à Polícia Civil o prefeito Daniel Alonso (PSDB) confirmou que Nascimento, ex-secretário de Esportes, da primeira gestão do atual chefe do Executivo municipal, cobrou R$ 230 mil por seu apoio e votos na Câmara de Marília.
Esse é o valor que teria sido gasto na campanha que elegeu Nascimento para o mandato 2021/24, segundo mensagens que teriam sido enviadas pelo parlamentar ao assessor especial de governo da administração municipal, Alysson Alex Souza e Silva.
Contudo, segundo informações públicas existentes no portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), mantido pela Justiça Eleitoral, a campanha de Nascimento arrecadou R$ 45,8 mil e teve despesas que totalizaram R$ 31,6 mil.
“Eu já te disse meu mandato custou, se vcs quiserem meu apoio e voto vão ter que me pagar” (SIC), teria escrito Nascimento em mensagem a Alysson, segundo print anexado ao inquérito. “Gastei 230 mil na campanha, manda o Daniel paga” (SIC).
Nascimento e Alonso estão rompidos desde o começo do ano passado. De aliado e correligionário, o vereador, que agora tenta deixar o PSDB sem perder o mandato, passou a uma das principais vozes de oposição dentro da Casa de Leis.