Ovos de Páscoa chegam aos mercados e podem custar até 20% mais
Com pouco mais de 60 dias de antecedência da data, supermercados de Marília já começam a receber ovos de páscoa e outros produtos tradicionais da data comemorativa. Em algumas lojas, o consumidor já entra no clima, com os corredores repletos de chocolates. Os preços podem sofrer reajustes de até 20%.
Receber chocolates bem cedo é normal para as grandes redes, mas não é a regra. A tendência dos estabelecimentos de menor porte é adiar por mais algumas semanas o recebimento dos ovos – produtos mais frágeis. A ideia é evitar perdas de estoque e oferecer ao cliente, na reta final, a melhor apresentação possível.
Com a concorrência cada vez mais acirrada, entre a indústria e os produtos artesanais, as fábricas sabem que será difícil manter os números do período pré-pandemia. A necessidade de renda levou muita gente à produção caseira, visando uma renda extra na data.
Por isso, fontes do varejo já perceberam que as empresas devem concentrar maior esforço no público infantil – com a sedução dos personagens – além de nos produtos premium, que se diferem dos artesanais pelas marcas famosas.
Marília Rossato, gerente de um supermercado na zona Oeste da cidade, acredita que a procura deve ser moderada em função do momento econômico, mas a tradição faz com que muitas famílias invistam.
“Estamos em uma época em que as pessoas estão recorrendo ao básico. Mas a Páscoa já é um costume, por isso acreditamos em boas vendas, a começar pelos bombons e o chocolate em outros produtos, não apenas no ovo de páscoa”, acredita.
As fontes do varejo evitam falar em preços, mas admitem que o aumento médio no valor do produto em 2022 pode ficar até o dobro da inflação, ao menos a oficial, de 10%, aferida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
BRASIL
A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) divulgou relatório que comemora crescimento de 44% na parcial da produção de 2021, se comparado ao ano anterior.
Os dados são referentes ao período de janeiro a setembro, quando a indústria brasileira produziu 511 mil toneladas. O aumento produtivo estaria ligado, entre outros fatores, à retomada da indústria chocolateira após um período de retração decorrente da pandemia.
Ainda de acordo com a Abicab, o Brasil tem um dos maiores mercados do mundo em volume de vendas de chocolate. O brasileiro tem média de consumo de 2,6 quilos por pessoa, a cada ano.