Residencial tem obra parada e atraso de três anos
Um bairro popular que – desde 2018 – já deveria ser o endereço de 120 famílias em Garça (distante 37 quilômetros de Marília) ainda é um canteiro de obras. Para piorar, há anos nenhum trabalhador da construção civil é visto por ali.
O impasse – que envolve o Jardim Aeroporto, na saída para Álvaro de Carvalho – já teve divergência com o dono de área próxima e falência da empresa responsável pela incorporação e obras.
A demora para designação de nova construtora preocupa compradores, que amargam atraso de três anos na entrega das casas e temem prejuízos.
O operador de máquinas Ezequiel Teodoro, de 34 anos, conta que investiu cerca de R$ 12 mil no Jardim Aeroporto, incluindo documentos, entrada e taxa obra. Ele paga aluguel e não entende a paralisação, com mais de 90% da obra já executados.
“A nossa esperança é que retomem. Quando a gente estava autorizado a entrar lá, já dava para ver tudo quase pronto. Depois a Caixa [Econômica Federal] mandou impedir o acesso de morador. Não sabemos como está a situação, mas obra parada deteriora”, reclama.
HISTÓRIA DE IMPASSES
A primeira dificuldade do empreendimento foi a autorização para galerias pluviais e redes de esgoto em terreno vizinho, a chamada servidão de passagem. Com a negativa do dono da área lateral, a construtora chegou a ajuizar uma ação contra o proprietário.
Antes que a ação tivesse sentença, foram realizadas alterações no projeto, que encareceram a obra e eliminaram a necessidade de passagem. A ação perdeu objeto e foi extinta sem julgamento de mérito.
Da área total de 30 mil m², foi feita doação de 3 mil m² para a construção de uma via marginal e dispositivo de acesso, já que o residencial não poderia desembocar diretamente na estrada vicinal – com características de tráfego rodoviário – sem um acesso seguro.
Projeto do dispositivo também sofreu alterações, o que ampliou a angústia dos futuros moradores. Quando a empresa abandonou as obras, parte das casas já estava recebendo materiais de acabamento.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Conforme apurou o Marília Notícia, a Câmara Municipal de Garça promove audiência pública no próximo dia 22, para discutir a situação do Jardim Aeroporto.
A expectativa das famílias que adquiriram as casas é de anúncio da retomada das obras. “É um absurdo, uma falta de respeito com quem investiu, acreditou no sonho. A Caixa precisa dar uma satisfação”, diz Teodoro, citado no início da reportagem.
Procurado pelo MN, o prefeito de Garça, João Carlos dos Santos (DEM), afirma que a retomada depende da Caixa, responsável pela contratação de nova construtora.
O chefe do Executivo nega que haja qualquer embargo pela Prefeitura. “A empresa [nova] está contratada pela CEF. A parte da Prefeitura foi resolvida a meses”, garante.
Fontes do MN confirmam que o banco já definiu nova empresa e trabalha para finalizar a contratação. “A meta é assinar até o dia 31 de março”, diz um interlocutor.
Oficialmente, acionada por meio da assessoria de imprensa, a instituição financeira ainda não respondeu ao MN. O espaço segue aberto para manifestação.
O site também procurou a empresa responsável pela venda e execução inicial das obras, mas os telefones informados não atendem e não houve atendimento pelos canais anunciados.