Cresce em Marília o número de famílias com até meio salário
Mesmo com o Auxílio Brasil e a criação de milhares de vagas de emprego formal em Marília, no decorrer de 2021, a pobreza aumento significativamente no município, segundo os dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social.
A quantidade de famílias quem vivem com até meio salário mínimo por mês – ou seja, menos de um salário/mês – passou de 11,8 mil para 13 mil em Marília, entre janeiro e novembro do ano passado. Isso significa um aumento de 1,2 mil lares nesta situação – acréscimo de 10,2% em dez meses.
No mesmo período, a quantidade de famílias em extrema pobreza, quem vivem com R$ 89 por mês ou menos, cresceu de 5,1 mil para 5,5 mil (aumento de 7,5%).
A faixa de renda mensal entre R$ 89,01 até R$ 178 foi de 1,9 mil para duas mil famílias (mais 6%) – classificadas tecnicamente como em situação de pobreza.
As famílias encaixadas no conceito de baixa renda, que ganham por mês entre R$ 178,01 e meio salário mínimo, cresceu 14,8%.
Os números são do Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal, conhecido como CADÚnico, uma ferramenta que identifica e caracteriza as famílias em situação de vulnerabilidade.
Para ter acesso ao Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, entre outros benefícios, é preciso estar registrado no Cadastro Único. Em Marília, compete à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social a inclusão de novas famílias.
Entre janeiro e novembro do ano passado, o número total de famílias marilienses no CadÚnico passou de 17,7 mil para 19,7 mil – aumento de 11,3%.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Ao Marília Notícia, a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Wania Lombardi, diz que essa demanda é bem complexa.
“O Cadastro Único, por si só, não mostra necessariamente que aumentou a pobreza, pois muitas pessoas se utilizam do registro para fazer isenção de taxa de concurso, vestibular, entre outras coisas”, afirma Wania.
De acordo com a gestora, o incremento de famílias no CadÚnico também está relacionado “ao aumento habitacional dos últimos anos, em que foram entregues vários núcleos de moradia”.
“E, sim, mesmo com a pandemia, com emprego formal, com Auxílio Brasil, tivemos muitas famílias que eram do mercado informal e perderam renda. Uma classe que foi bem atingida é a dos auxiliares de cozinha, com emprego ocasional”, exemplifica.
Para a gestora da pasta municipal, a retomada da economia pode aliviar parte do problema. “O que temos feito é investir em capacitação, com parcerias com o Senac, Sebrae, Senai para cursos nos Cras e Casa do Pequeno Cidadão”, conclui Wania.