População faz mau uso de Ecopontos por toda Marília
Em todas as regiões do município, os marilienses vêm fazendo mau uso dos Ecopontos para coleta seletiva de lixo, que visa a reciclagem de determinados materiais junto com a promoção da inclusão social. A solução prevista para 2022 é a instalação de câmeras com o objetivo de aplicar possíveis sanções contra os responsáveis.
Já são 14 dispositivos do tipo espalhados por algumas das principais ruas e avenidas da cidade, voltados especificamente para o recebimento de papéis, plásticos, vidros e metais.
O problema é que o descarte do lixo doméstico não reciclável, inclusive orgânico, entulho da construção civil, restos de mobiliário, lâmpadas, eletrônicos, além de outros resíduos que não se encaixam no programa, vem sendo registrado com uma frequência não imaginada pelos idealizadores.
E não é só isso, casos de vandalismo também já foram reportados através dos responsáveis pelo projeto EcoEstação. Como o Marília Notícia já mostrou, os abusos cometidos por moradores levou a ao menos duas trocas.
O Jardim Cavallari, na zona Oeste, e a região do Aeroporto, zona Leste, são dois pontos da cidade que perderam seus Ecopontos para coleta seletiva após episódios reincidentes de mau uso.
Na semana passada, a equipe do MN encontrou o Ecoponto – que fica em uma praça no Cascata, zona Leste – com lixo transbordado. A maior parte dos resíduos não estava entre os materiais elencados para recebimento.
Tal tipo de situação provoca reações de comerciantes e moradores das redondezas que, em alguns casos, acabam desenvolvendo antipatia por um projeto cuja proposta é fundamental para Marília.
Até pouco tempo, a cidade praticamente não tinha qualquer iniciativa voltada à reciclagem de modo estruturado.
Contudo, depois da instalação, em outubro do ano passado, o projeto já estava recolhendo quase 50 toneladas de lixo reciclável por mês.
Saiba onde descartar cada tipo de resíduo em Marília acessando o link: https://www.marilia.sp.gov.br/onde-descartar/.
DEPOIMENTOS
“Notamos que, durante as férias, o volume de descartes aumentou consideravelmente. Porém, os dias chuvosos atrasam nossos trabalhos, e precisamos nos esforçar em dobro para dar conta da demanda”, afirma o ambientalista Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, coordenador do Projeto EcoEstação.
“Infelizmente, algumas pessoas não querem colaborar com o bom andamento do projeto e descartam todos os tipos de resíduos, como fraldas usadas, telhas quebradas, restos de móveis, colchões, dentre outros materiais não recicláveis. Perdemos muito tempo separando estes materiais e descartando-os no lixo comum”, lamenta Dema.
“O que não entendemos é que boa parte destes itens é levada pela coleta comum, realizada pela Prefeitura diariamente. Mas, mesmo assim, as pessoas preferem levar aos Ecopontos e atrapalhar o trabalho da nossa família”, diz o coordenador.
O chefe do Meio Ambiente, Cassiano Rodrigues Leite, destaca a importância da participação popular e as consequências quanto ao uso errado dos Ecopontos.
“Trata-se de um projeto inovador, aberto a qualquer catador que queira participar, conforme orientam as legislações vigentes. Infelizmente, pessoas alheias ao bom convívio social insistem em atrapalhar o andamento deste trabalho socioambiental, não permitindo sua expansão”, afirma Cassiano.
“Temos como meta instalar 100 unidades em Marília. Mas, devido ao mau uso, perdemos muito tempo realocando as unidades para outros pontos da cidade até encontrarmos uma região que queira participar deste projeto. O que não entendemos é o fato de a pessoa, ao invés de aproveitar a oportunidade para ensinar os filhos e netos a contribuírem para um planeta melhor, perdem tempo levando lixo comum até os Ecopontos”, reclama o chefe do Meio Ambiente.
Leite alerta que para 2022 está sendo preparada a instalação de câmeras de monitoramentos “nos locais onde alojarmos unidades coletoras. Todo ato de vandalismo será registrado, onde o infrator será responsabilizado conforme sua atitude negativa perante à sociedade”.
Conforme o gestor, “devido à falta de consciência e educação de alguns, teremos de arcar com este ônus para tentarmos construir um meio ambiente mais sadio e equilibrado, pensando no bem estar coletivo”.