Pais encontram material escolar escasso e mais caro
Preços mais elevados e escassez de produtos são realidade para comprar o material escolar em 2022. Em Marília, lojas relatam grande procura dos pais, seja para itens avulsos ou para a lista completa. A regra é pesquisar e comparar marcas para tentar economizar.
A secretária Irineide Alves Martins, de 32 anos, mãe do Diego Luiz, 11, tentou resolver tudo pertinho de casa e comprou a maioria dos itens em uma papelaria do bairro onde mora. Quando foi para o Centro em busca de cadernos e alguns produtos que ainda faltavam, veio a surpresa.
“Aqui está mais barato. Me arrependi de não ter pesquisado mais. Teria economizado um pouco”, afirma a mãe, que estima gastar pelo menos R$ 200 com materiais e outros R$ 800 com livros.
Diego já entende que o orçamento familiar não permite tudo que deseja, mas tenta negociar. “Eu peço, mas como está mais caro, nem sempre ela compra o material que eu escolho. Eu gosto dos mais caros”, admite o menino.
Para evitar os apelos dos pequenos, a comerciante Patrícia Rodrigues Coneglian, de 34 anos, vai sozinha à livraria. Ela observa que os preços estão bem acima de 2020, referência para os pais – em função da pandemia em 2021 –, mas a ajuda da escola acabou influenciando.
“A escola faz cotação e indica uma parceria. A gente (pais) tem a opção de comprar ou não conforme a indicação deles. No geral, os preços estão melhores, mas como tudo subiu, aqui a gente também vê que está bem mais caro.”
INFLAÇÃO
Na comparação com 2020, os preços estão entre 10% e 30% maiores, conforme a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares. A alta varia de acordo com o item.
Somente em 2021, os uniformes ficaram, em média, 15% mais caros, as mochilas 8,93% e os cadernos (7,9%). Os principais motivos são a alta do dólar, já que no setor a importação tem grande peso; encarecimento dos combustíveis, o que impacta no transporte de mercadorias; inflação e desabastecimento pontual das cadeias produtivas.
Gerente de uma tradicional loja no Centro de Marília, Enéias Soares Oliveira afirma que em décadas no ramo nunca viu tanta dificuldade para adquirir mercadorias.
“Está faltando matéria-prima, por isso, as fábricas não estão dando conta dos pedidos. A indústria sofreu muito com os aumentos nos preços dos insumos e isso acaba refletindo no comércio. O preço, claro, sobe para todo mundo”, conclui ao Marília Notícia.