Aumenta procura pela UPA e PA e internação já tem fila
A demora para internação em hospitais – envolvendo pacientes com sintomas respiratórios – tem gerado preocupação em Marília. Reflexo da explosão na demanda de pessoas com sintomas gripais nas unidades de pronto atendimento. Em apenas uma semana, o aumento na procura foi de 83%.
Leitores do Marília Notícia relatam superlotação em unidades da rede de urgência e emergência, como o Pronto Atendimento (PA) da zona Sul e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte.
Na rede básica, mesmo com horário ampliado até as 19h nesta segunda (3) e terça-feira (4), a demora é grande: até três horas de espera por uma consulta.
Relatório divulgado na tarde desta terça-feira (4) pela Secretaria Municipal da Saúde de Marília detalha o volume de pacientes que buscaram os serviços de pronto atendimento nos dois últimos fins de semana e primeiro dia útil de cada período.
Em apenas uma semana, o número de pacientes aumentou até 83% na UPA e PA, com pico no domingo (2). Os dados ajudam a explicar o porquê pacientes com indicação de internação hospitalar têm passado dias à espera de leitos nas emergências.
É o caso da aposentada Luiza Rosa de Jesus, de 82 anos. O neto, Jonathan Araújo, relata que ela está com pneumonia e sofreu uma fratura no cóccix, após uma queda. Por estar com sintomas respiratórios, a idosa está na “área roxa” do PA Sul.
“De sábado (1º) para domingo (2), ela passou mal de madrugada, estava com dificuldade para respirar. Colocaram ela em uma enfermaria onde tem suspeito de gripe ou Covid. Precisa de um leito, mas essa transferência não sai. Estamos muito preocupados”, diz o neto.
Na semana passada, o aposentado Cícero Alves Fernandes, de 68 anos, passou dois dias “internado” no PA Sul à espera de transferência. Ele testou negativo para Covid, porém, com falta de ar e saturação baixa, precisou ser hospitalizado.
NOVA AMEAÇA
Os relatórios da Secretaria da Saúde de Marília indicam que, no dia 25 de dezembro (Natal), o PA Sul e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Norte atenderam 121 pessoas com queixas respiratórias. No dia 1º de janeiro (Ano Novo), esse número saltou para 222, um aumento de 83,4%.
A comparação entre os dias 24, 25 e 26 de dezembro e os dias 31 de dezembro, 1º e 2 de janeiro revela um volume preocupante; de 430 casos para 640, aumento de 48,8%. Na manhã desta quarta-feira (5), a informação é de que, no PA Sul, cinco pessoas aguardam na fila uma vaga em hospital.
Sem crescimento no número de casos de Covid-19 que expliquem toda a demanda, a Saúde trabalha com a hipótese de quadros mais severos – e fora de época – da gripe provocada pelo vírus Influenza, uma infeção viral já conhecida e comum principalmente na segunda metade do outono e inverno.
Nos casos mais graves, que geram atendimento de urgência e internação, os vírus causam a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Apesar da suspeita, a Saúde informa que não há caso confirmado do subtipo viral H3N2, que tem sido apontado como responsável pelo surto.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal da Saúde sobre o caso da dona Luiza Rosa de Jesus, que aguarda no PA Sul uma vaga de internação. A pasta informou que ela já está cadastrada na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross), mas não informou quando a vaga será providenciada. O MN acompanha o caso.
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