Prefeitura não tem mais vacina contra a gripe disponível
Enquanto algumas cidades brasileiras estão ampliando o público-alvo da vacina contra o Influenza, em Marília, a rede pública já não conta mais com imunizantes disponíveis. A campanha em nível municipal foi encerrada em setembro.
Como o Marília Notícia revelou com exclusividade, o número de casos de síndromes gripais tem crescido na cidade nas últimas semanas, mas ainda não houve a confirmação de casos de Influenza.
Não é possível saber exatamente a cobertura vacinal contra a gripe em Marília, segundo a Vigilância Epidemiológica do município. O motivo é a inoperância do sistema que fornece os dados desde que houve um ataque hacker ao Ministério da Saúde.
No entanto, a reportagem do MN apurou que as metas de vacinação dos públicos-alvo não foram atingidas na cidade, assim como ocorreu em outras localidades. De modo geral, foi dada mais atenção à imunização contra a Covid-19, em detrimento de outras campanhas.
Segundo o informe técnico do Governo Federal referente à 23ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, a meta era imunizar 90% dos grupos elegíveis.
São eles: crianças de seis meses a menores de seis anos de idade, gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos ou mais, professores das escolas públicas e privadas, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Apesar de algumas cidades ainda estarem com doses disponíveis, como a Capital Paulista – que acaba de abrir a imunização contra a gripe para a população em geral -, a informação é de que o antígeno disponível já não protege contra as novas cepas oriundas do hemisfério Norte como, por exemplo, o H3N2 em circulação.
Clínicas privadas de vacinação em Marília possuem o imunizante contra a Influenza, mas é preciso pagar pela aplicação e também não há cobertura contra a nova cepa. A atualização deve vir somente no primeiro semestre do ano que vem.
Diversos casos de gripe forte têm sido relatados por marilienses. Não são poucos os depoimentos sobre “a pior gripe da minha vida”, como o MN também já mostrou.
Marília tem visto aumentar a ocupação de leitos reservados para pacientes com sintomas respiratórios, muitas vezes confundidos com os da Covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde, o Influenza – ainda não confirmado em Marília, como dito acima – “tem início, em geral, com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse”.
“A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar, quadro que também pode ser desenvolvido com a Covid-19, além de outras viroses respiratórias”, explica o Ministério da Saúde.