Justiça manda mentor de ‘day trade’ devolver dinheiro a mariliense
A 2ª Vara Cível da Justiça Estadual de Marília determinou que a empresa Lyra Trader Academy e o proprietário Rodrigo Lafuente Serra Lyra Novaes devolvam R$ 13 mil a um mariliense, que comprou um curso de “day-trade”, mas não recebeu o prometido.
Segundo o Banco Central do Brasil, “day-trade” significa: “comprar e vender, no mesmo dia, a mesma quantidade de títulos de uma empresa, utilizando para isso a mesma corretora e também o mesmo agente de compensação”.
“A diferença entre o preço de compra e o de venda, multiplicada pela quantidade das ações (considerando também as taxas da operação e os impostos), é o resultado do ‘day-trade’”, completa a instituição.
Com a promessa de lucros exorbitantes, a prática também envolve riscos elevadíssimos – ou seja, enormes chances de prejuízo.
A sentença da juíza Thais Feguri Krizanowski Farinelli saiu em agosto deste ano e os réus apelaram ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). No momento, o recurso está concluso para manifestação do desembargador que o relata.
O mariliense que buscou a Justiça informou que “na expectativa de aperfeiçoar-se no mercado financeiro para adquirir uma nova fonte de renda, buscou a contratação do curso”.
O acusado, conforme consta na ação, “se classifica através da sua rede no Instagram, como também no YouTube, como ‘um dos maiores traders ranqueados mundialmente pela IQ OPTION, além de se identificar como profissional trader’”.
A mentoria que seria oferecida por Rodrigo, segundo informações no processo, estaria vinculada à plataforma IQ OPTION, que seria proibida de atuar no Brasil.
A ação, julgada procedente em primeira instância, foi protocolada pelo mariliense após diversas promessas frustradas de iniciar seu curso.
O caso foi repercutido pelo site Portal do Bitcoin, líder em notícias sobre bitcoin e mercado brasileiro de criptomoedas, hospedado pelo UOL.
Segundo o veículo de comunicação, Rodrigo já se envolveu em outras polêmicas, em meados de 2020. Ele teria prometido sortear uma BMW para participantes de uma campanha nas redes sociais, o que não teria se concretizado – ao menos até quatro meses após o fim do prazo.
OUTRO LADO
Na contestação apresentada pelos advogados de Rodrigo, basicamente há alegação de que não existem provas no processo que comprovem as acusações feitas pelo mariliense – que se sentiu lesado pelas promessas de mentoria nunca realizadas. Também é argumentado que não há o chamado “interesse de agir” por parte do autor da ação.
A reportagem procurou os advogados de Rodrigo para comentarem as denúncias envolvendo o acusado. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.