Alta do combustível prejudica empresas e profissionais
A alta dos preços dos combustíveis afeta a vida de toda a população, até mesmo quem não tem veículo, já que tende a encarecer os produtos de modo geral. Por outro lado, alguns profissionais e segmentos da economia são ainda mais afetados.
A reportagem do Marília Notícia conversou com trabalhadores de alguns dos setores especialmente prejudicados pelo encarecimento da gasolina, do diesel e até mesmo do etanol.
Ivan de Luca trabalha com carreto e conta que já precisou reajustar o valor do frete duas vezes nos últimos tempos, mas logo será necessário fazer novo aumento na taxa cobrada, já que o preço do combustível não para de subir.
“Começamos no ramo há dois anos cobrando em média R$ 30 reais, aquela época era R$ 2,50 o litro etanol. Subimos para R$ 40 e agora cobramos R$ 50. Com o etanol a R$ 6, logo teremos que mudar de novo”, afirma.
Os reajustes no frete, por outro lado, acabam afastando novos clientes, já que a renda tem caído de modo geral, segundo análise de Ivan.
Uma estratégia que vem sendo adotada por ele é a criação de uma espécie aliança com outros colegas de trabalho, com o objetivo de unir forças. “Tem casos em que a outra pessoa trabalha mais perto do cliente, então o frete pode ficar mais barato e aí repassamos o serviço”, detalha.
Motorista de aplicativo, Hilton Igarashi tem visto seu faturamento encolher a cada dia, assim como o de outros colegas que trabalham no mesmo ramo.
“Esses dias soube de uma pessoa que colocou R$ 100 de combustível assim que começou a trabalhar. Algumas horas depois o carro entrou na reserva e ela não tinha ganhado nem R$ 70 com as corridas do dia. Ou seja, teve um prejuízo de R$ 30”, relata.
“O pessoal dos grupos que faço parte sempre frisam que precisamos repensar nossas formas de trabalho. Cada vez mais vamos ter que selecionar melhor as corridas que vamos pegar, com atenção ao horário rotativo”, comenta Igarashi.
Para o motorista, uma alternativa tem sido participar das ações que os aplicativos oferecem. “Hoje, se eu fizer 20 corridas entre 15h e 20h, o aplicativo informou que iria dobrar meu faturamento”.
O caminhoneiro Cleber Eduardo de Lima exerce a profissão há 20 anos e faz frequentemente viagens ao Espírito Santo. “Esse aumento do óleo diesel deixou o preço do frete defasado. E não é só o combustível. Tem peça que dobrou de preço”.
De acordo com Lima, muitas transportadoras estão falindo, assim como inúmeros caminhoneiros autônomos não têm conseguido manter seus veículos.
“Muitos estão deixando de investir, rodando com pneu liso, precário mesmo, sem condições de rodar, e o cara vai empurrando com a barriga até onde dá”, finaliza.
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