Emei intensifica projeto no mês da saúde mental
A Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Favo de Mel – que desenvolve o projeto “Pandemia, Ensino Remoto e Educação de Qualidade: E do professor, quem cuida?” – tem contado com a parceria de diversos profissionais que contribuem nas formações voluntárias.
No mês da saúde mental, a psiquiatra Juliana Rosano – de São Carlos/SP – enviou vídeos curtos e objetivos sobre o tema, que foram disponibilizados nos grupos de pais da escola.
O projeto contou também com uma programação especial, que ofereceu cuidados com o corpo, com as emoções e o intelecto. As psicólogas Vitória Justino e Cristiane Teodoro têm oferecido atendimento coletivo pelo menos duas vezes ao mês.
O professor Doutor Cláudio Brocanelli (Unesp de Marília) esteve na escola no último dia 15 para ministrar a palestra “Como Resistir Firme nos Dias Maus”, sobre a importância da espiritualidade nesses tempos difíceis, seguida da oficina de automaquiagem com a empresária da beleza Tati Parizotto.
Nos dias 20 e 23 foi à vez da professora de Educação Física Rosi Rodrigues (Academia Viva Leve) de ensinar práticas de relaxamento e alongamento para os profissionais.
Encerrando o mês, na noite do dia 27, o psiquiatra José Fernandes Belon Neto (Famema) ministrou a palestra sobre “Ansiedade e depressão”, mal que permeia a sociedade e diversos profissionais, para as educadoras que estiveram reunidas na plataforma Google Meet.
O médico parabenizou a iniciativa da escola e a sensibilidade das professoras Márcia Modesto e Esther Passos Honório Coutinho e o envolvimento de diversos profissionais, pois – segundo ele – é possível evitar a doença, fazendo o exercício de se autoconhecer, buscar ferramentas cognitivas, além de atividades físicas e habilidades manuais, tudo o que foi programado para ser desenvolvido nesse projeto.
“Quando iniciamos o projeto ‘E do professor quem cuida?’, a nossa preocupação era com questões silenciosas ou tidas como comuns e que precisam ser acolhidas, inclusive situações básicas de relacionamentos entre os pares, situações que parecem corriqueiras em ambientes de trabalho, mas que podem levar a consequências drásticas de adoecimento. Somos feitos de corpo, alma e espírito, essa tríade precisa estar em equilíbrio, é impossível cuidar bem do outro quando não estamos bem. Essa tem sido nossa busca, desenvolver habilidades para manter o bem-estar emocional em todo o contexto social, ambiente de trabalho, círculo social, situação econômica e política, faz necessário garantir essas habilidades”, comenta a coordenadora Esther Passos Honório Coutinho.
Segundo a professora, é de extrema urgência que haja políticas públicas voltadas para saúde e educação e à valorização dos profissionais, para garantir condições para o trabalho e plano de carreira.
A escolha assertiva desse projeto está presente também na fala de outras professoras. “Experimentamos momentos de escuta, fala, e esse projeto, elaborado pela nossa gestão escolar, possibilitou-nos o resgate da nossa união como equipe, para que pudéssemos ter um suporte para atender a nossa comunidade”, diz Lucia Cristina Fernando.
Conforme a professora mestre Sandra Mara Gonçalves Valença, professora da Emei Favo de Mel, que atua há anos na educação, ressaltou que a iniciativa do projeto foi uma surpresa e, ao mesmo tempo, um presente.
“Veio nos abraçar em um tempo em que precisávamos de abrigo e acolhimento. A pandemia mexeu com todos de alguma forma, principalmente com nosso emocional, cada dia novos desafios, novas responsabilidades. Foi um alívio ver que todos, não só nos educadores fomos sensibilizados por esse período e tivemos socorro no momento oportuno pela gestão escolar. Com o andamento do projeto, percebi o quanto é importante parar e refletir, ter momentos voltados para nossas necessidades”, comenta.
De acordo com Sandra, “precisamos estar bem para acolher o outro, as crianças e sua família ou mesmo aqueles que estão próximos de nós. As atividades desenvolvidas foram planejadas e pensadas para nós: palestras, terapia com psiquiatra e psicólogas, educador físico, rodas de conversa, maquiagem e ensaio fotográfico para sermos ouvidas e aprender a lidar com as diferentes situações de vida. Parabéns à gestão da escola que teve esse olhar apurado soube nos acolher nesse momento. Só tenho a gradecer”, diz.
A diretora substituta Márcia Modesto, ressalta “que os demais servidores da escola, também estão participando do projeto, no início do mês de agosto tiveram uma semana muito especial de formação e oficinas. Por necessidades especiais ligadas à pandemia, foram remanejados temporariamente para outras unidades, por isso, se ausentaram do projeto, mas em breve retornarão à escola e continuarão participando conforme projetamos inicialmente.”