Queimadas em Marília triplicam em um ano e têm recorde histórico
O número de queimadas registradas em Marília – somente até o dia 21 deste mês – já é disparado o maior da história, considerando os 20 anos de registros por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados foram tabulados pelo Marília Notícia e confirmam a sensação dos marilienses. O fogo nunca foi tão devastador e frequente na cidade. O aumento nos focos no município triplicaram em um ano e a cidade supera – em larga margem – a taxa de crescimento de ocorrências do Estado.
Os satélites, monitorados pelo órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, identificam pontos de incêndio com mais de trinta metros de extensão por um de largura.
O volume de queimadas na cidade começou a se intensificar nos últimos dez anos. Em 2011, foram 40 focos registrados pelos satélites do Inpe. Cinco anos depois, Marília registrou 96 ocorrências ao longo do ano.
A cidade chegou aos três dígitos, em queimadas anuais, em 2018. Naquele ano, Instituto apurou exatos 100 focos no território do município.
Em 2019, esse número mais que dobrou, com 251 casos registrados. Ano passado – quando a região do distrito de Dirceu foi castigada por uma queimada que durou dias –, a cidade teve novo recorde no triste indicador; 294 delas registradas pelo Inpe em 12 meses.
ANO DO FOGO
Ainda faltam três meses para acabar o ano e Marília já amarga a marca de 900 focos de incêndio registrados por satélites, é mais que o triplo de 2020 e surpreendentes 22 vezes o registro de 2011.
As queimadas têm comprometido a qualidade do ar, a manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs), ameaçado a segurança do rebanho, pontes de madeira no campo e até as instalações de fazendas.
SÃO PAULO
O Estado também vive um “alerta vermelho” em relação ao fogo. Os dados do Instituto mostram que São Paulo saltou de 32.539 focos de incêndio detectados por satélites em 2011 para 105.872 neste ano.
Diferente de Marília, que assistiu o volume triplicar este ano, São Paulo teve a maior escalada entre 2019 e 2020. O total de focos nos municípios subiu de 54,9 mil para 109 mil no ano passado.
O MN tem acompanhado, inclusive com contribuições dos internautas, para mostrar as consequências das queimadas e os transtornos à população. Os principais focos, em Marília e na região, ocorreram ao longo dos meses de agosto e setembro.
Além da irresponsabilidade de pessoas que insistem em usar o fogo para limpeza de áreas, o fenômeno seria favorecido, ainda, pela combinação entre a seca e a geada deste ano.
Quer receber notícias no seu WhatsApp? Clique aqui e entre para o nosso grupo.