Câncer relacionado ao fumo mata quase mil
O câncer como agravo decorrente do tabagismo matou, em vinte anos, quase mil pessoas em Marília. A informação é do Instituto Nacional do Câncer (Inca), com base nos registros hospitalares. Em 2019, período mais recente do levantamento – que considera apenas moradores da cidade – foram 62 mortes.
Os dados referentes a mortalidade são um motivo a mais no Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado neste domingo (29), para que as pessoas busquem se libertar da dependência.
De 1999 a 2019, a cidade acumulou 983 mortes, média próxima a 50 vítimas fatais a cada ano. Fora as vítimas fatais, são inúmeros casos de pessoas que tiveram a qualidade de vida comprometida pelo cigarro e morreram – como causa primária – de enfermidades decorrentes.
Os casos constam em registros médicos de câncer de brônquios e pulmão, laringe, esôfago, traqueia, orofaringe, nasofaringe, palato, outras partes da língua e da cavidade oral.
O tabagismo, segundo o Inca, pode contribuir ainda para o desenvolvimento de leucemia mielóide aguda, tumores malignos de pâncreas, fígado, estômago, colo do útero, rim e ureter.
TRATAMENTO
Em Marília, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece vagas para tratamento de tabagismo por meio de ambulatório instalado na Santa Casa. O serviço, que estava com atendimento presencial interrompido, voltou a funcionar em junho.
As terapias em grupo agora tem número reduzido de pessoas e distanciamento social, além do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Mais de 4 mil pessoas já passaram pelo ambulatório. Deste total, cerca de 70% parou de fumar, segundo dados divulgados pela instituição.
A terapia tem como base o aconselhamento e acompanhamento multiprofissional. O controle da ansiedade tem a ajuda do medicamento Bupropiona. Os adesivos de nicotina previnem possíveis crises de abstinência que podem ser registradas nos primeiros meses de tratamento, até que haja a desintoxicação do organismo.
O atendimento é feito no Complexo Ambulatorial “Bento de Abreu Sampaio Vidal”. Inicialmente é feita a triagem e os pacientes são inseridos nas terapias em grupo, com profissional de medicina, enfermagem, terapia ocupacional e assistência social. Como a procura é maior que a capacidade de atendimento, o serviço opera com filas de espera.