Realme lança smartphone 5G com preço agressivo
Em estratégia intensa de lançamentos no Brasil, a chinesa Realme lança nesta terça-feira, 24, mais um smartphone 5G, junto com novos fones de ouvido sem fio, os primeiros da companhia a embarcar no País. Com isso, a empresa totaliza 12 produtos lançados desde janeiro, quando a marca chegou no mercado brasileiro com a meta de estar no pódio das três maiores fabricantes.
Em pré-venda a partir desta terça, o novo smartphone é o Realme 8 5G, que possui tela de 6,5 polegadas, bateria para até 529 horas em descanso, câmera traseira com três lentes, sensor de biometria facial e de digital, armazenamento de memória mínimo de 128 GB e sistema Android. O aparelho tem a possibilidade de conexão 5G, o que tem pouca utilidade ainda no Brasil, onde sequer foi realizado o leilão que irá definir as regras de atuação do setor.
A Realme afirma que o Realme 8 5G é o “smartphone 5G mais barato do mercado”, com o preço sugerido de R$ 1,7 mil nas Lojas Americanas, onde ficará em pré-venda até 28 de agosto. Depois disso, o valor sobe para R$ 2,3 mil na mesma varejista.
O Realme 8 5G se junta à família do C25 (atualmente, o único celular de entrada da marca; R$ 1,3 mil até 28 de agosto), 8 Pro (R$ 2,2 mil), 7 Pro (R$ 2 mil) e 7 (R$ 1,7 mil). Junto com esses, também foram lançados neste ano os relógios inteligentes Watch 2 (R$ 500) e Watch S (R$ 600).
Novos fones de ouvido
O lançamento desta terça traz também os novos fones de ouvido Realme Buds Air 2 e Realme Buds Air 2 Neo, com valores promocionais de, respectivamente, R$ 500 e R$ 400. Enviados ao Estadão para testes, os aparelhos trazem preço competitivo com uma tecnologia que não é de ponta, mas dá conta do recado.
Ambos os fones são sem fio e intra-auriculares, com três diferentes pares de pontas que podem ser ajustados aos ouvidos. Além disso, como os concorrentes AirPods ou os Galaxy Buds Pro, os aparelhos vêm dentro de um estojo recarregável, que promete até 28 horas de reprodução de áudio.
O principal diferencial dos fones é o cancelamento ativo de ruído, tecnologia que usa software para equalizar o som externo, abafar o que se ouve lá fora e tornar mais claro o que é reproduzido no aparelho. A função pode ser ativada ao posicionar os dedos de cada uma das mãos, simultaneamente, sobre o topo dos fones, já encaixados — algo que é trabalhoso e pouco intuitivo, já que exige que as mãos estejam livres. Existe também um Modo Transparência, em que é possível ouvir o barulho externo simultaneamente ao que é reproduzido nos fones.
Tanto o cancelamento ativo de ruído quanto a transparência são boas iniciativas, mas não são tão potentes como a concorrência. O cancelamento, na verdade, parece mais um abafamento, sem de fato isolar o som porque ainda é possível ouvir, com certa estridência, sons externos. O Modo Transparência é pouco discreto e, na rua, parece pouco natural.
Apesar dessas similaridades entre os dois fones, o encaixe deles é diferente. Mais caros e com promessa de três horas a mais de duração de bateria, os Buds Air 2 têm design que se assemelha aos AirPods, da Apple. Ao caminhar, o aparelho se ajusta bem ao ouvido e tem bom equilíbrio de peso, apesar de serem muito leves.
Já os Buds Air 2 Neo se inspiram nos Galaxy Buds Pro, da Samsung, o que traz uma confusão na hora de encaixá-los no ouvido: pessoalmente, tive de recorrer ao manual de instruções para entender e, mesmo assim, meu ouvido direito parecia não se ajustar direito porque ficava um pouco frouxo. Na hora de colocar de volta à caixinha, também é um pouco difícil de entender como é o ajuste correto para recarregar.
De modo geral, o emparelhamento é simples e intuitivo. O que é difícil de entender são os toques para dar comandos: é preciso dar uma série de “tapinhas” nos fones, que, pela força, acabam indo mais fundo ao ouvido, o que incomoda. Utilizar um botão de pressão nas pontas, como fazem os AirPods Pro, parece melhor e menos invasivo.
Pelo preço, tanto o Buds Air 2 Neo quanto o Air Buds 2 se destacam na comparação com os R$ 1,9 mil vistos no modelo de entrada da Apple ou aos quase R$ 1,3 mil da Samsung. Os fones da Realme parecem ser resistentes e trazem tecnologias que conseguem cumprir as exigências mínimas, ainda que aos tropeços.