AliExpress abre plataforma para lojistas brasileiros
O AliExpress anuncia nesta segunda-feira, 16, a abertura de seu marketplace, espécie de shopping virtual, a lojistas brasileiros. A empresa é um braço da chinesa Alibaba e, até agora, atendia apenas o chamado cross border (quando o cliente compra pela internet produtos vendidos em outros países). Para mostrar a força do grupo chinês – hoje o maior do mundo no comércio eletrônico -, o AliExpress vai oferecer taxas agressivas e promoções atraentes aos vendedores brasileiros. Segundo a companhia, os lojistas pagarão entre 5% e 8% de seu faturamento à plataforma. No geral, a concorrência trabalha com taxas de dois dígitos, exceto para vendedores de menor porte que têm a comissão subsidiada. Além disso, para compras acima de R$ 50, o frete será gratuito.
A taxa cobrada do lojista dá acesso a um serviço integrado de logística. “O serviço de entregas do AliExpress permitirá frete gratuito para todo o território nacional nas vendas de lojistas brasileiros para consumidores localizados no Brasil”, diz a empresa. “O frete não terá custo sempre que o valor da compra for de pelo menos R$ 50 e caso o produto enviado não tenha peso excessivo.” No caso, esse frete sem custo para o cliente, também não terá custo adicional ao lojista.
O envio de produtos dentro do território nacional será coordenado pela Cainiao, empresa de logística do grupo Alibaba, que já tem operação no Brasil. Além disso, o AliExpress promete fluxo de repasses financeiros mais rápido que a média do mercado e a possibilidade de realizar saques, sem custos, diariamente. Apesar das expectativas para a chegada da Ant Financial (fintech do Alibaba) no País, ao menos por enquanto, a operação de marketplace local deve contar com um sistema de pagamentos doméstico brasileiro, que a empresa não especificou qual será.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o principal destaque do anúncio é a taxa que o AliExpress anunciou. Ele classifica a cobrança de 5% a 8% como agressiva e vê, além do objetivo de ganhar mercado, um efeito da força de ecossistema do Alibaba dando as caras em terras brasileiras. “A lógica de marketplace do Alibaba é de ‘take rate’ (taxa cobrada do lojista) baixo e ganho por meio de logística e serviços financeiros, por exemplo. É por isso que a taxa mais baixa se torna sustentável. Se eles ganharem volume, vão mexer com o mercado”, afirma.
Terra afirma que os marketplaces generalistas brasileiros e do Mercado Livre, companhia argentina líder de mercado no País, também caminham para se tornarem ecossistemas inspirados no modelo chinês. A diferença, porém, está na maturidade do negócio do Alibaba, que já está completamente formado.
Para completar a extensão de seus tentáculos no mercado brasileiro, a chegada dos serviços da Ant Financial aos lojistas locais parece ser determinante. Porém, ainda não há data definida.
Ainda está nos planos da companhia proporcionar aos lojistas brasileiros a possibilidade de vender na plataforma de cross border do AliExpress, exportando seus produtos diretamente ao consumidor. Para Terra, a oportunidade aqui é para itens mais exclusivos, com valor de marca, que não tenham de concorrer em preço com os chineses. Um exemplo de produto brasileiro que faz sucesso no mercado chinês, segundo o presidente da SBVC, é o própolis.