Família enfrenta frio com papelão em favela de Marília
Para enfrentar o frio recorde que tem feito em Marília, a flanelinha Patrícia Helena Barbosa, de 55 anos, tem tapado os vidros quebrados das janelas de sua casa com papelão. Já os buracos e vãos no teto estão sendo parcialmente cobertos com plástico.
A tentativa é de reduzir a entrada do vento gelado do imóvel, localizado em área de vulnerabilidade social no Argollo Ferrão, onde Patrícia mora com a filha de 22 anos e seu neto de dois anos.
Nesta quinta-feira (29) fez 1,7ºC na cidade. Se não fossem cobertores recebidos como doação nos últimos dias, a flanelinha e seus parentes teriam sofrido muito mais. “Quando chove, a água entra por todos os lados. Tem rachadura, buraco e infiltração em cada canto”, lamentou.
A família também convive com o fornecimento de energia cortado há sete anos e precisa tomar banho gelado ou utilizando uma caneca para lavar o corpo com água aquecida no fogão. Não há chuveiro.
O único ponto de luz na residência só existe porque um vizinho esticou sua fiação até ali. Comovido, o morador do mesmo quarteirão também autorizou que sua energia fosse utilizada para fazer funcionar um aparelho de TV e a geladeira.
De acordo com Patrícia, a CPFL Paulista descobriu um ‘gato’ de energia no local e agora cobra dela cerca de R$ 6 mil. “Não tenho condições de pagar um valor desses. Tudo o que ganho é para comprar comida”.
Para diminuir o risco de desabamento da cobertura existente na cozinha, recentemente foi necessário colocar uma escora no local – que aparentemente ainda continua perigoso.
O imóvel também enfrenta problemas com o esgoto. Desde que a caixa d’água quebrou, a descarga não funciona mais e é preciso despejar um balde a cada utilização. A família vive abaixo da linha da pobreza e não tem como fazer as manutenções necessárias na casa.
“Eu moro aqui na favela há 18 anos. A casa não tem escritura, tenho apenas o recibo que meu irmão recebeu quando comprou de outra pessoa. Como sou mãe solteira, ele me deixou morar aqui para criar meus filhos”, comenta Patrícia.
Em entrevista ao Marília Notícia ela disse que ganha cerca de R$ 500 por mês cuidando de carros nas proximidades do Cemitério da Saudade. Sua filha é manicure, mas com a pandemia o serviço autônomo está praticamente parado.
Para piorar, Patrícia conta que é analfabeta e também possui diversos problemas crônicos de saúde que a impedem de conseguir um trabalho formal.
VAQUINHA
Com o objetivo de ajudar a família a tornar a casa mais digna, segura e minimamente confortável, amigos criaram uma vaquinha há cerca de um mês e meio. A estimativa é de que R$ 8 mil sejam suficientes para uma reforma básica.
Até o momento, porém, apenas cinco pessoas doaram um valor total de R$ 490. Para colaborar, [clique aqui].
A família também aceita doação de materiais para construção direto no imóvel, localizado na rua Maria Cândida de Souza, número 130.
O contato para outros tipos de ajuda podem ser feitos por meio do telefone (14) 9-8837-2778 – quem atende é Dara, filha da Patrícia.
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