Vereadores do PP comemoram possível filiação de Bolsonaro
O vereador de Marília Rogério Alexandre da Graça, conhecido como Rogerinho, comemorou em entrevista ao Marília Notícia a possibilidade de ter o presidente Jair Bolsonaro como seu correligionário no partido Progressistas (PP).
Nesta sexta-feira (23), circulou na grande imprensa, com destaque, a informação de que há uma articulação em curso neste sentido. “Ele sempre foi do Progressistas, que na época era do Maluf”, afirmou o parlamentar mariliense sobre o chefe do Executivo nacional.
“Bolsonaro é muito próximo ao Ciro Nogueira”, completou Rogerinho, ao citar o senador e presidente do PP. Nogueira, inclusive, deve ser nomeado para comandar a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, considerado um dos principais ministérios.
Segundo Rogerinho, se a filiação de Jair Bolsonaro ao PP se concretizar, o partido deve sair fortalecido, a exemplo do que aconteceu com o Partido Social Liberal (PSL) nas eleições de 2018.
Naquele pleito, o PSL saiu de um partido considerado “nanico” para se tornar a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, atrás somente do Partido dos Trabalhadores (PT) em número de congressistas.
AJEKA
O vereador Elio Ajeka, também do PP, partilha da opinião do colega de legenda e se anima com a possibilidade.
“O que eu penso e o que eu acredito é que essa possível filiação do presidente Bolsonaro ao Partido Progressistas demonstra uma força muito grande, de relevância para o nosso partido, do aspecto político. Porque no cenário atual, que estamos passando, o presidente conhecer o nosso partido é porque nós temos grandes representantes, como é o caso do nosso senador Ciro Nogueira”, aponta.
O parlamentar destaca ainda que a decisão de Bolsonaro deve pesar de forma positiva ao PP. “Desta forma, penso que essa possível filiação do atual presidente vai contribuir muito para ascensão do nosso partido. Penso que, se ele realmente fizer essa filiação, vai trazer um benefício muito grande, um peso muito grande para a nossa legenda. Porém, vamos aguardar”, pondera.
ENTENDA
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na última quinta-feira (22), que o Progressistas, partido do provável futuro ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, pode ser a sigla pela qual concorra à reeleição em 2022.
“Pode ser um partido para disputar as eleições? Pode ser. No momento não tenho partido ainda. Não é fácil chegar a um acordo com o partido, porque é como um casamento”, disse durante sua transmissão semanal pela internet.
Bolsonaro contemporizou fala de Nogueira em 2017, às vésperas das eleições presidenciais, na qual chama Bolsonaro de fascista e declara apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se refere como “o melhor presidente da história”. O atual chefe do Executivo insinuou que o parlamentar adotou aquela postura em busca de dividendos políticos.
“Sim, chamou. As coisas mudam. Eu tinha posições no passado que eu não assumo mais hoje, mas nenhuma de forma radical. E quem está no Nordeste e não fosse Lula no passado não tinha sucesso na política”, justificou.
Na ocasião, Nogueira enalteceu programas sociais de transferência de renda, como Bolsa Família, responsável, em sua avaliação, por melhorar indicadores socioeconômicos do Nordeste, e o programa de moradias populares Minha casa Minha Vida.
“Lula é o melhor presidente da história deste País, principalmente para o Piauí e para o Nordeste. Por mais que eu tenha que pensar no Brasil, eu não me vejo votando contra o Lula, por tudo que ele fez, por tudo que ele tirou de miséria desse povo, pelo combate à fome”, disse. Em seguida afirmou: “É o meu candidato”, disse o cacique do Progressistas em entrevista
Bolsonaro admitiu que a nomeação de Nogueira para a Casa Civil faz parte de estratégia do governo para ampliar a base de apoio no Congresso, onde a sigla tem dez representantes, na Câmara, e sete no Senado. Ele também voltou a dizer que o termo Centrão é pejorativo e utilizado para afastar parlamentares da base do Planalto
“Acreditamos que uma melhor interlocução com o parlamento seria um senador. Quando alguns falam em Centrão de forma pejorativa, o que a grande mídia quer é afastar políticos do centro, mais ao centro de mim. São aproximadamente 200 parlamentares. Se eu abrir mão deles, sobram 300. Desses 300, metade são da esquerda, que nunca vão votar conosco”, disse.
O presidente, no entanto, não deu certeza absoluta de que a indicação prosperará. Tudo depende, segundo ele, de reunião que será realizada na próxima segunda-feira, 26, quando o parlamentar retorna do recesso.
“Vou conversar com ele na segunda-feira para depois tomar uma decisão. Não vai ser um casamento pela internet. Eu conheço o Ciro. Eu passei mais da metade do meu período como parlamentar no Progressistas”, disse.
No entanto, Bolsonaro já demitiu Luiz Eduardo Ramos, que chefiava a pasta. Para mantê-lo dentro das estruturas do governo, precisou criar mais um ministério, o de Emprego e Previdência, que será liderado pelo atual secretário-geral da Presidência da República Onyx Lorenzoni. O movimento custou a Bolsonaro a quebra de duas promessas de campanha: não aumentar número de ministérios e delegar a Guedes a gestão do superministério da Economia.
Com informações da Agência Estado