Energia mais cara pode elevar conta de água em Marília
Na esteira do aumento do preço da energia elétrica, em Marília não está descartada a possibilidade de encarecimento também da conta de água. Tal medida, no entanto, não é tão simples.
No dia 29 de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o índice de reajuste do valor da bandeira tarifária a ser pago pelos consumidores na conta de luz já a partir de julho.
Com isso, o custo da bandeira dois (vermelha), a mais alta do sistema, aumenta de R$ 6,24 para R$ 9,49 cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos – correção de 52% sobre o valor que já vinha sendo cobrado desde junho.
A agência prevê que a bandeira siga em vigor até novembro pelo menos, devido ao baixo índice de chuvas em boa parte do país, com a consequente queda do nível dos reservatórios hídricos.
Uma das principais despesas do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) é justamente com energia elétrica.
A CPFL Paulista é a empresa que mais recebeu empenhos da autarquia desde o começo do ano. Foram R$ 16,6 milhões em relação a um total de R$ 66 milhões.
Para piorar, o volume de empenhos feitos pelo Daem à concessionária vem aumentando desde o começo do ano, o que pressiona as contas da autarquia.
Na comparação entre o primeiro semestre deste ano e do ano passado, houve um aumento nominal de 44% no total de empenhos para a empresa que fornece energia elétrica. A inflação oficial acumulada em 12 meses foi de 8,35%.
Em junho, o Daem bateu recorde de notas em nome da CPFL, ao menos desde o começo do ano passado, com R$ 3,4 milhões empregados em apenas um mês.
“A gente tem que ver o que vai acontecer com a CPFL. Sabendo os valores que foram reajustados, vou ter que convocar o conselho deliberativo do Departamento, passar a situação para eles para então passar para o Executivo, que dá o seu parecer”, explica o presidente do Daem, Marcelo de Macedo. “Temos que aguardar para ver qual será a situação daqui para frente”, conclui.