Família de John McAfee questiona suicídio e pede 2ª autópsia
A família de John McAfee duvida que o criador do famoso antivírus tenha se suicidado em uma prisão na Espanha, motivo pelo qual a defesa pediu ao juiz que investiga o caso uma segunda autópsia ao término da que já foi ordenada.
McAfee, que tinha 75 anos, foi encontrado morto na última quarta-feira, 23, em sua cela na prisão de Brians 2, no município de Sant Esteve Sesrovires, província de Barcelona, no mesmo dia em que a Audiência Nacional espanhola comunicou a decisão de extraditá-lo aos Estados Unidos por suposta evasão fiscal.
Um tribunal de Martorell, na mesma província, abriu um processo para realizar a autópsia e determinar as causas de morte do programador, que de acordo com fontes do sistema penitenciário cometeu suicídio. Como é obrigatório sempre que uma pessoa não tem morte natural, os procedimentos correspondentes são abertos para que a autópsia seja realizada e determine as causas do falecimento.
No entanto, os parentes do americano questionam o suicídio, como relataram à agência de notícias EFE fontes do entorno familiar. O advogado que representou McAfee no processo de extradição pediu ao juiz de Martorell uma segunda autópsia com os seus próprios especialistas para determinar as causas da morte. Na manhã de quarta-feira, 23, Janice McAfee, esposa de John, afirmou que falou com o marido e que ele disse que ligaria para ela mais tarde naquele dia.
John McAfee foi preso em outubro do ano passado por ordem da Audiência Nacional, que concordou em extraditá-lo para os EUA por supostamente ter escondido altos rendimentos das autoridades fiscais entre 2016 e 2018. O programador foi detido em outubro, no aeroporto de Barcelona, quando estava prestes a pegar um voo para Istambul. Desde então, permaneceu sob custódia.
Durante a audiência de extradição, o empresário, cuja dívida fiscal americana chega a mais de US$ 4 milhões, alegou ter pagado “milhões de dólares em impostos” e disse ter sido vítima de perseguição política por ter denunciado corrupção na agência tributária. “Não há provas de que tal coisa possa estar acontecendo”, comentou a Audiência Nacional, acrescentando que o processo “tem amparo em um crime contra as finanças públicas” e cumpre os requisitos para chegar a um acordo.
O criador do famoso antivírus já havia sido preso em 2012, na Guatemala e em Belize, por diferentes razões e em 2019, na República Dominicana, com armas a bordo de seu iate.