Família faz campanha para receber jovem com sequelas da Covid-19
A luta contra a Covid-19 mudou a vida do entregador Lucas Souza Marcelino, de 34 anos. Ele sofreu sequelas neurológicas graves e perdeu os movimentos de parte do corpo. A causa mobiliza familiares e amigos, que buscam na internet e redes sociais adesão a uma campanha para arrecadar recursos.
A meta é preparar a casa para receber o autônomo, morador do bairro Santa Antonieta, na zona Norte de Marília. Ele deve chegar com sonda nasogástrica, acamado, totalmente dependente dos familiares.
Sem renda e ainda sem nenhum auxílio, as carências são diversas e os recursos também devem cobrir despesas essenciais com a espécie de internação domiciliar.
A moto que garantia o sustento de Lucas era financiada e terá que ser devolvida ao banco. A vida dele mudou radicalmente em poucos meses. De um jovem ativo, que trabalhava na entrega de jornais de madrugada e de lanches à noite, ele agora convive com inúmeras limitações.
A mãe do autônomo, com quem ele vivia, morreu após sofrer uma parada cardíaca, em meio ao tratamento da Covid-19 em abril desse ano. Ele adoeceu na mesma época e foi internado com o pulmão comprometido.
A irmã, Solange Cristina de Souza Ferreira, conta que a doença evoluiu rapidamente, de forma grave e prolongada. Lucas teve as funções renais comprometidas e precisou de hemodiálise.
Logo depois sofreu uma parada cardiorrespiratória. Foram cerca de 25 minutos de luta pela vida, mas a equipe médica conseguiu reverter o quadro. Entretanto, o episódio agudo causou uma lesão neurológica de relevante extensão.
“Meu irmão ficou sem nenhum movimento. Também ficou prejudicada a comunicação. Tive que abandonar meu trabalho para cuidar dele. No momento, não temos ajuda nenhuma de governo ou das autoridades. Por isso surgiu a campanha. Só Deus para retribuir as pessoas que puderem ajudar”, agradece.
Lucas precisa de muitas adaptações para viver. Ele está prestes a receber alta hospitalar no Hospital Beneficente Unimar (HBU). A irmã acredita que conseguirá o benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), mas não sabe quando o irmão terá acesso.
Com a morte da mãe e a gravidade do quadro de saúde do irmão, Solange parou de trabalhar. Ela e marido estão assumindo os cuidados com Lucas, mas o casal está desesperado.
“Precisamos de cama hospitalar, cadeira de banho, aspirador, insumos para uma pessoa acamada, fraldas, medicamentos. Toda ajuda será bem-vinda. Ele está prestes a ter alta, porque estabilizou e não tem mais porquê ficar no hospital. Falta apenas o procedimento para colocar a sonda”, relata.
A irmã conta que irá entrar com os pedidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas há burocracia até receber a assistência que, infelizmente, ainda é parcial.
“Agradecemos a Deus pela vida do meu irmão e vamos lutar com ele, mas é uma situação nova, complicada. Toda ajuda será bem-vinda”, diz Solange.
A família recebe doações em depósito na Caixa Econômica Federal. A agência é 2001 e a conta (poupança) 25601-6. Para mais informações, basta ligar no (14) 9 9657-2824 e falar com Solange [clique aqui para iniciar uma conversa].
É possível contribuir também pela vaquinha disponível na internet. A irmã de Lucas esclarece que a arrecadação foi aberta quando ainda faltavam informações sobre as necessidades do entregador.
Por isso, a solicitação foi para compra de uma cadeira de rodas motorizada. Infelizmente, o prognóstico ainda não indica essa necessidade. “Vamos reverter esses recursos para as despesas emergenciais, para receber ele em casa. Hoje essa é a prioridade”, finaliza.