Marília perde linhas de ônibus devido à pandemia
Viajar para destinos distantes, como Belém do Pará (PA) e Palmas (TO), ou mesmo municípios mais próximos, como Cornélio Procópio (PR), Ibitinga (SP), Promissão (SP), exige agora mais esforço e pesquisa prévia para quem parte de Marília. O transporte rodoviário ainda vive os desajustes provocados pela pandemia.
Antes da crise sanitária, cerca de 20 empresas operavam linhas com embarques e desembarques na Rodoviária de Marília. Algumas delas – com menor número de rotas – compartilhavam balcões e funcionários para otimizar os custos operacionais.
“Atendíamos oito empresas com saída de Marília. Agora, só temos metade disso, mas ainda atendemos [as mesmas viações] para vender passagens de trechos, o que exige baldeação em outras cidades”, diz um operador, que prefere não se identificar.
O clima entre os funcionários ainda é de preocupação, inclusive com a manutenção dos empregos, já que o setor todo passa por grande crise. O espaço para otimismo existe, mas todos sabem que a recuperação depende da disposição do passageiro.
“Agora as pessoas não querem viajar, não recebem visitas, não visitam. Mas é só melhorar a situação, para as empresas colocarem ônibus para rodar. Vai ter um ‘boom’ no turismo”, acredita.
As empresas que detêm o maior número de linhas e clientes, embora também tenham reduzido horários, não relataram interrupção de destinos diretos.
A Expresso de Prata, por exemplo, tem cerca de 45 destinos, partindo de Marília – sem que o passageiro precise trocar de ônibus.
O responsável pelo setor de comunicação da empresa, Marcos Testa, lembra que a redução chegou a 90% nos serviços, mas apenas no momento inicial da pandemia – no auge do isolamento -, antes que os protocolos fossem estabelecidos.
“Cumprimos todas as determinações da Saúde e da agência reguladora, os protocolos, os cuidados para preservar os clientes e colaboradores. Aos poucos, o transporte foi sendo retomado e hoje ainda não há uma situação de normalidade, claro. Mas, conforme a vacinação avança, vamos caminhando nesse sentido”, afirma.
Uma boa notícia é que o número de destinos já foi menor. Empresa que opera viagens para a região Oeste do Paraná já retomou, por exemplo, a linha Marília-Foz do Iguaçu. O próximo passo é aumentar a regularidade com outras cidades, como Cascavel.
Para uma retomada mais vigorosa, a aposta é a volta às aulas presenciais. “Os estudantes viajam bastante de ônibus. Família vem, vai, os alunos também circulam bastante. Enquanto as aulas não voltarem 100%, não vamos ter aquele movimento de antes”, explica um funcionário de operadora, ouvido pela reportagem.
A dica, segundo o trabalhador, é se programar. “Às vezes, a pessoa chega aqui e procura um horário que fazia há anos, pode não encontrar. Então, é bom ligar com antecedência e se informar bem, para evitar surpresa”, sugere.