Covid-19 mata bombeiro civil e advogado em Marília
Entre as vítimas fatais recentes do coronavírus em Marília estão um bombeiro civil e um advogado. As histórias de perdas, dor e luto têm marcado dezenas de famílias a cada semana, independente de classe social, ideologia ou outra diferença.
Com a vacinação lenta em todo o país, hospitais lotados e a exposição de grande parte da população, o drama da pandemia se prolonga.
Reginaldo Vitor Souza, bombeiro civil da Prefeitura de Marília, ficou cerca de um mês internado; intubado na maior parte do tempo. Neste domingo (30), ele não resistiu às complicações da doença.
A esposa, grávida, saiu do hospital há cerca de uma semana. Mesmo após quadro grave da doença, que fez com a mulher também precisasse ser intubada, a gestação segue. O bebê, que infelizmente não vai poder conhecer o pai, tem outros três irmãos, um deles com apenas cinco anos.
“Ele era um cara forte, uma pessoa cheia de vida, animado, um sujeito sempre voluntário. Sabemos que logo ficará a saudade e as boas lembranças, mas a dor da perda é muito grande”, lamenta o irmão, o balconista Luiz Rogério de Souza, de 50 anos.
O servidor municipal já foi cinegrafista em emissora de TV local e tinha envolvimento em ações solidárias. Depois que ingressou na Prefeitura de Marília – por concurso público – foi cedido ao Corpo de Bombeiros e trabalhou em diversos setores da administração.
Atualmente, ele trabalhava na Rodoviária de Marília. Também era funcionário do Yara Clube, onde atuava como guarda-vidas.
Reginaldo era nascido em Marília, filho de bombeiro aposentado. Ele foi sepultado sem velório, no Cemitério da Saudade.
PERDA NA ADVOCACIA
A partida precoce do advogado, professor de Direito e escritor Luiz Roberto Nogueira Pinto, de 54 anos, também inundou as redes sociais de pesar, neste fim de semana.
Ele morreu no sábado (29), também em decorrência da Covid-19. Luiz Roberto tinha forte atuação na área do ensino. Mestre em Direito Processual Penal pelo Instituto Toledo, ele fazia doutorado na Argentina.
O advogado nasceu em Marília, formou-se pelo Centro Universitário Univem, onde também lecionou.
Pinto ainda foi professor da Universidade de Marília (Unimar), Universidade Paulista (Unip) e Faculdade de Direito da Alta Paulista (Fadap), instituição na qual coordenava o curso de Direito.
“Sem acreditar. Sem palavras. Grande professor e colega de profissão. Deus console a família”, escreveu a amiga Renata Carla Cunha, ao publicar um livro autografado: “Arbitragem: Alternativa Premente para Descongestionar o Poder Judiciário”.
“Muito triste, esse colega de sabedoria ímpar; nos deixa de forma precoce e inacreditável, registro que sempre o responsabilizei pela minha evolução como advogado”, lamentou o colega de profissão, Lino Santos.