Servidora investigada pela PF estava afastada da Educação
Depois de um ano licenciada da Prefeitura de Marília – por motivo de saúde – a servidora municipal citada em mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal na Operação Deméter, nesta sexta-feira (28), estava afastada da Secretaria Municipal de Educação.
Informações obtidas com exclusividade pelo Marília Notícia indicam que a polícia tinha ordem para aprender computadores, HDs e notebooks utilizados pelos servidores Camila Dias Correa de Oliveira e Maycon Valdeir de Souza.
Camila tem cargo efetivo (concursada) como atendente de escola, mas estaria lotada no setor de compras da coordenadoria da alimentação municipal. Já Maycon é auxiliar de escrita, também efetivo, mas exerceria função no setor de licitações da Prefeitura. O nome dele aparece no pregão 162/2017, como integrante da equipe de apoio.
Em contato com diversas fontes, o MN apurou que a servidora, que ocupou função de confiança na administração anterior à Daniel Alonso (PSDB), era uma das referências no setor de alimentação escolar, inclusive, para as diretoras.
Por meio de relacionamento político, ela exercia influência no setor desde a época da antiga cozinha piloto. Porém, após a remodelação do sistema por Daniel, quando os itens da alimentação escolar passaram a ser entregues diretamente nas escolas, a gestão teria priorizado quadros mais técnicos.
Houve, inclusive, convite para ex-diretoras de escola e antigas chefes da divisão de alimentação escolar para assumir os serviços, na equipe de confiança de Daniel Alonso e do secretário Helter Bochi.
A escolha da nova administração teria desagradado vários servidores. Camila, conforme as fontes do site, teria sido uma delas. Em 2020 ela teria passado grande parte do ano afastada, sob licença de saúde. Ao retornar às atividades, solicitou remoção para a Secretaria Municipal de Obras.
A reportagem do MN tentou contato com Camila, porém, mensagens eletrônicas enviadas não foram respondidas. O espaço segue aberto para manifestações. O site não conseguiu contato com o auxiliar de escrita – apoio em pregão – citado em mandado de busca expedido pela Justiça.
EMPRESA NA MIRA
Conforme revelou a reportagem, a empresa que recebeu maior parte dos valores, referente a alimentos adquiridos após o pregão presencial 162/2017, investigado pela Polícia Federal na Operação Deméter, já estava na mira da Corregedoria Geral do Município.
A Gilson Neves Ramos ME, de Juquiá – região de Registro –, foi alvo de sindicância por não entregar produtos. Portaria publicada no dia 1º de março deste ano impôs à empresa suspensão do direito de licitar e contratar com a administração pública municipal pelo prazo de um ano.
Processo administrativo foi instaurado em outubro de 2017, após ofício do chefe da Secretaria de Suprimentos e Compras da Prefeitura. O setor foi provocado pelo comando do Posto de Bombeiros de Marília, que apontou descumprimento do contrato que havia entre o município e a empresa.
Em fevereiro do ano passado a Corregedoria deu início a outra sindicância, novamente por apontamento de alimentos que não estariam sendo entregues. Neste caso mais recente, a apuração cita ata de registro de preços de 2019.