Comércio vê melhora tímida, mas vendas não superam 2019
O melhor de todos os indicadores do comércio é a sacolinha na mão e o consumidor na rua. A frase de autoria desconhecida, expressa bem a falta de um “termômetro” técnico em Marília, para medir se as vendas nas datas comemorativas deixaram os lojistas satisfeitos. Pelo menos em 2021, os filhos não encontraram as lojas de portas fechadas.
Não há parâmetros para comparar, ao menos no Estado de São Paulo, o desempenho do varejo nesse ano com o mesmo período de 2020.
Comerciantes ouvidos pelo Marília Notícia ainda não veem na cidade o clima anterior à pandemia. Parte dos consumidores tem evitado as compras, seja pela opção de reduzir circulação ou pela falta de dinheiro.
As estimativas apontavam queda de 4,8%, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Os dados oficias ainda são aguardados, mas diante do primeiro quadrimestre de fortes restrições, a procura pelo presente neste início de maio foi um alento para muitos empresários.
“Aos poucos, o cliente começa a voltar. Mas ainda temos a questão da saúde e econômica com essa pandemia. As pessoas estão com menos dinheiro, por isso acabam ficando em casa, e evitam gastar. Pelo menos, esse ano foi bem melhor que o Dia das Mães do ano passado”, avaliou o comerciante João Azevedo de Abreu, do setor de confecções.
Otimista, a Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim) divulgou em sua prévia os dados da pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que estimou uma elevação de até 8%, na comparação com 2019.
O presidente da entidade, Adriano Martins, afirma esperar entre 3% a 5% de elevação, com base na sondagem aos comerciantes.
Porém, com a pandemia ainda em momento crítico – região de Marília com a segunda maior taxa de ocupação de leitos – o consumidor preferiu aliar os “dois temores”: saúde e orçamento apertado.
Compras mais modestas, muitos presentes adquiridos por venda direta, através das redes sociais, lojas nos bairros, acabaram fazendo a alegria das mães.
SETORES
Entre os segmentos, apenas as lojas de vestuário, tecidos e calçados tiveram projeção de crescimento de vendas: 12,6% em relação a 2020. Na comparação com maio de 2019, no entanto, deve haver queda de 59,9%.
A Fecomercio-SP detectou ainda para lojas de móveis e decoração um dos piores Dia das Mães, em termos de vendas, dos últimos anos: queda de 17,7% em relação a maio de 2020 e de 32,5% em comparação a data em 2019.
MARÍLIA
O presidente da Acim, Adriano Martins, informa que os dados de Marília estão sendo coletados. “Fazemos um levantamento com associados, para apurar essa tendência. É um trabalho que ainda está sendo elaborado e teremos resultados em breve”, conclui.