Vereador Danilo é alvo de processo administrativo na Prefeitura
O vereador Danilo Bigeschi (PSB) se tornou alvo de um processo administrativo disciplinar instaurado pela Corregedoria Geral do Município e pode perder o cargo de servidor, o qual é concursado na Secretaria da Saúde de Marília.
A abertura do procedimento consta no Diário Oficial do Município desta sexta-feira (30) e é resultado de uma sindicância que apontou o envolvimento de Danilo no episódio que ficou conhecido como “escândalo dos tablets”.
Segundo as investigações, trata-se de um suposto esquema formado para a compra superfaturada de equipamentos do tipo para a Secretaria da Saúde de Marília.
Além de Danilo, a Corregedoria também abriu procedimento administrativo disciplinar contra o “servidor público municipal F.R.P., motorista socorrista”, o qual seria responsável pela elaboração dos documentos para a abertura do processo licitatório.
A empresa Kao Sistemas de Telecomunicações Ltda, que fez a venda dos tablets, se tornou alvo de um processo administrativo punitivo. O dono da empresa, Fauzi Auzifakhouri Junior, é cunhado do vereador.
O órgão fiscalizador municipal ainda determinou o “encaminhamento do presente relatório através de ofício ao Ministério Público, para apurar eventual prática de crime previsto no Código Penal e na Lei de Licitações”.
No pregão da Secretaria de Saúde, cada tablet custou R$ 2.350, totalizando R$ 1,057 milhão, pago pela prefeitura à Kao.
Pouco tempo depois, o município comprou o mesmo dispositivo por R$ 679,33, em licitação realizada pela Secretaria da Educação de Marília, a qual requeria as mesmas especificações técnicas, garantia e suporte por parte da fornecedora. O valor unitário do certame foi 71,10% menor que o pago pela Saúde.
Como o Marília Notícia mostrou, em outubro, o caso já passou pelo Ministério Público Federal (MPF) e hoje é comandado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que faz investigações complementares.
Existem suspeitas de que o suposto esquema criminoso possa ir muito além da compra superfaturada na Prefeitura de Marília.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, em nota, Danilo diz que “nunca pratiquei nenhuma irregularidade no meu trabalho de mais de 20 anos como servidor do município. Tenho plena confiança na Justiça, onde tudo será apurado e esclarecido. Trata-se de mais ataque pessoal devido à fiscalização que exerço na Câmara, uma covarde perseguição do governo Daniel Alonso, que deveria sim, diante de tantas mortes, explicar onde foram gastos os R$ 70 milhões que recebeu e que poderiam ter sido usados no combate à Covid”.