Apelos por vaga de UTI se multiplicam nas redes sociais
A quantidade de desabafos e apelos por vagas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 tem crescido, em Marília, na medida em que aumenta a fila de espera.
Normalmente, pedidos são feitos por familiares dos pacientes que publicam mensagens nas redes sociais. Os textos quase sempre têm tom de desespero, uma espécie de última tentativa para que o ente consiga o tratamento adequado.
“Gente, por favor, quem puder compartilhar para ajudar a chegar em alguma autoridade”, diz uma das postagens que circularam nos últimos dias. “Minha tia está intubada precisando urgente de um leito”.
A mulher estaria internada há dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte, de acordo com o relato. Uma irmã dela também estaria na mesma situação. “Agora o médico informou que o caso está gravíssimo e precisa urgente de um leito de UTI”, afirma a sobrinha.
Nos últimos dias, o humorista Jonathan Nemer também desabafou sobre a falta de vagas na terapia intensiva. A mãe dele, Sara, acabou conseguindo um leito, mas foi intubada e passa por momentos delicados.
“Queria pedir oração pela minha mãe. Infelizmente testamos positivo e ela não tá muito bem. Hoje caiu a saturação dela e tem ainda uma suspeita de pneumonia. O que mais dói, além do psicológico, do medo, é ouvir aqui no hospital: não tem leito, não tem UTI”, revelou o humorista no último dia 9 de abril, antes de Sara ser internada.
Na noite deste sábado (17), familiares de Antônio Carlos Serrano, morador de Marília, anunciaram sua morte por Covid-19. Dias antes, os parentes também apelaram para as redes sociais.
“Estamos pedindo socorro”, dizia a carta endereçada ao prefeito Daniel Alonso (PSDB) e ao secretário da Saúde de Marília, Cássio Luiz Pinto Júnior. Serrano foi mais um entre dezenas de marilienses que morreram na fila de espera.