Jornalista que perdeu pais e irmão para Covid detona Bolsonaro
O jornalista que perdeu os pais e um irmão para a Covid-19 no período de apenas 24 horas, em Santa Cruz do Rio Pardo (distante 120 quilômetros de Marília), compartilhou com amigos, em rede social, a tristeza pelas mortes e protestou contra a falta de vacinas e a ausência de uma estratégia nacional de combate ao vírus.
Luiz Fernando Wiltemburg, que atualmente trabalha na Folha de Londrina (PR), orientou a todos se cuidarem, usando máscara sobre o nariz e a boca, higienizando as mãos e exigindo a aceleração da vacinação contra o coronavírus.
No sábado (10), Luís Fernando perdeu o irmão Sérgio Luís, de 39 anos, pela manhã. Ele era empresário do setor de seguros e deixou a esposa, Michele, e um filho de cinco anos, João Pedro.
A mãe, dona Nilza Wiltemburg dos Santos, 70, morreu durante a tarde do mesmo dia, também em Santa Cruz do Rio Pardo.
No domingo (11), o pai do jornalista, Luiz Alberto Santos, 70, morreu em decorrência da Covid-19 em um hospital de Ourinhos.
Nas redes sociais Luís escreveu: “Em um dia, eu perdi minha família e toda referência de retidão, de honestidade, de humanidade, de justiça, de integridade, que forjaram meu caráter. Estou desolado, destruído”.
Wiltemburg pediu que seus amigos e seguidores não ouçam o que diz o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a quem chamou de “excrementíssimo”.
“Se aquele imbecil fosse um homem sério, ou minimamente apto a exercer a função para a qual foi eleito, haveria uma política pública eficiente de vacinação e de combate a esse vírus. E meus pais e meu irmão estariam vivos”, escreveu.
A redação da Folha de Londrina, onde o jornalista trabalha, lamentou as perdas e prestou solidariedade.
“Luís Fernando, que tantos serviços tem prestado à imprensa, trabalhando para que as informações sobre a pandemia cheguem de forma ética e correta aos leitores, é mais um brasileiro que passa pela dor desta tragédia nacional. Como seus colegas, nos empenhamos a cada dia para que os contágios e as mortes sejam reduzidas até cessarem em nossa cidade e em todo o país”, registrou o periódico.