Pobreza avança em Marília durante a pandemia da Covid-19
Com o avanço da pandemia, a pobreza tem aumentado em Marília, assim como a demanda pelos serviços oferecidos pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, pasta que tem se mostrado cada vez mais indispensável.
Nos últimos dias, o Marília Notícia chegou a mostrar a história de um casal desempregado, com dois filhos, que usou as redes sociais para pedir ajuda, a fim de manter a casa e atender os pedidos das crianças por leite e biscoitos. Com a chegada do frio, também faltavam agasalhos e calçados.
Em Marília, a quantidade de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) cresceu de 17.527 em maio do ano passado para 17.710 em janeiro deste ano, um acréscimo de 283 famílias.
Com a piora da situação econômica do país, número pode ser ainda maior, principalmente, após o prolongamento das fases vermelha e emergencial do Plano São Paulo, imposto pelo Governo do Estado depois do colapso no sistema de saúde. Mas os dados do Ministério da Cidadania sobre os meses de fevereiro e março ainda não estão disponíveis.
Apesar disso, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Marília, Wania Lombardi, tem sentindo o crescimento dos pedidos por ajuda e pelos cursos de capacitação de pessoas que perderam o emprego.
No CadÚnico estão cadastrados cidadãos com renda de meio salário mínimo por pessoa até três salários mínimos por família. Mas, em Marília, esse grupo é minoria. Cerca de 67% dos quase de 18 mil beneficiários sobrevivem com até meio salário mínimo per capita.
Dados mostram que 5.183 sobrevivem com menos de R$ 89/mês por pessoa. A maior parte deste público é atendida pelo programa Bolsa Família e deve ser contemplada pelo novo auxílio emergencial. Benefício este que será menor e mais restrito que o concedido no ano passado.
MUDANÇA DE PÚBLICO
O que mais tem preocupado a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, no entanto, é a súbita mudança do público que tem sido atendido pela pasta. “Nossa grande preocupação é com uma linha acima”, afirma a Wania.
“Milhares de pessoas que perderam seu sustento trabalhavam com renda informal, como garçons, atendentes, manicures, cabeleireiros, pessoal dos buffets, seguranças, ajudantes de cozinha. Em sua maioria são mulheres, cujo os filhos comiam e passavam o dia na escola”, completa.
Para a secretária, são pessoas que nunca precisaram da pasta, que moram em casas melhores, muitas vezes possuem carro e se sentem constrangidas pela situação em que se encontram.
Wania explica que o trabalho do Fundo Social de Solidariedade, conduzido pela primeira-dama Selma Regina Alonso, “tem ajudado muito, pois atende a população mais vulnerável”.
Para tentar contornar a situação, pasta têm oferecido cursos gratuitos de capacitação. Com mais de 4 mil pessoas formadas em quatro anos, iniciativa está sendo realizada na modalidade a distância.
Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ofertam cursos de empreendedorismo em parceria com o Sebrae. A ideia é auxiliar na recolocação no mercado e estimular o trabalho autônomo.