Pandemia completa um ano em Marília com mês mais letal de todos
Após dezenas de casos suspeitos, o primeiro diagnóstico positivo para Covid-19 foi confirmado em Marília no dia 31 de março de 2020. O primeiro infectado foi um homem de 53 anos. Agora, um ano depois, a cidade vive seu pior momento na pandemia.
O mês que termina hoje registrou 106 mortes confirmadas pela doença, aproximadamente um terço de todos os 315 óbitos até o momento. Nenhum outro mês registrou tantas vidas marilienses perdidas em decorrência do coronavírus.
Mesmo assim, a cidade ainda continua entre aquelas com menor mortalidade a cada 100 mil habitantes. Isso, quando se leva em conta principalmente as demais sedes de Departamentos Regionais de Saúde (DRS) e outros municípios do mesmo porte, entre 200 e 300 mil habitantes.
Outro marco importante na história da pandemia em Marília é que exatamente há um ano e um dia, um homem de 83 anos morreu com o vírus. Foi a primeira vítima da doença, antes mesmo da confirmação do paciente número um na cidade.
O idoso, que era morador de Marília, morreu no dia 30 de março de 2020, em Campinas, após ter sido contaminado em São Paulo. Seu óbito pelo coronavírus, no entanto, foi confirmado apenas no dia 3 de abril do ano passado.
Diagnóstico
Doze meses depois das confirmações do primeiro caso positivo para Covid-19 e também da primeira morte pela doença envolvendo seus habitantes, o município tem o sistema de saúde em colapso.
A cidade convive com a ameaça de desabastecimento de oxigênio e sedativos que compõe o ‘kit intubação’. Pacientes têm morrido todos os dias esperando uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva.
Por outro lado, a vacinação na cidade avança aos poucos, conforme a disponibilidade de doses enviadas pelo governo estadual. Para complicar, a Prefeitura acusa o governo paulista de ter enviado menos imunizantes do que o necessário para algumas faixas etárias.
Empresários alegam que não suportam mais o fechamento dos serviços não essenciais, ao mesmo tempo em que muitos estabelecimentos desrespeitam as determinações previstas na fase emergencial do Plano São Paulo.
Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e Ministério Público Federal (MPF) fiscalizam a situação local por meio de procedimentos internos, inquéritos e ações civis.