Região de Marília vive colapso e tem 57 pessoas à espera de vagas em UTIs
O colapso no sistema de saúde atingiu de forma dramática a região de Marília. Na tarde desta quarta-feira (24), o Departamento Regional de Saúde (DRS 9), responsável por 62 municípios, registrou uma fila com 57 pessoas à espera de leitos de terapia intensiva. A preocupação é que a mortalidade dispare ainda mais.
Os dados foram apresentados pela diretora regional de Saúde, Célia Maria Marafiotti Netto, durante reunião do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. A região tem 171 leitos públicos de UTI exclusivos para tratar casos graves de Covid-19. Todos estão ocupados.
A fila que pode durar dias reflete a realidade das unidades de Pronto Atendimento nos municípios. Somente em Marília, 18 pessoas (dez já entubadas) estavam à espera de leito de terapia intensiva em hospitais públicos ou filantrópicos conveniados com o SUS.
“Este cenário, enquanto saúde pública, nunca pensamos em chegar, mas chegamos. Com esse volume de pessoas adoecendo ao mesmo tempo, podemos ter mais de 3 mil casos, com mais de 93 óbitos por semana na região”, disse Célia, citando números registrados entre 14 e 20 de março, a pior semana da pandemia na área da DRS Marília.
“Estamos com 57 pessoas aguardando vaga em uma UTI. Isso porque passamos de 117 leitos intensivos em janeiro para 171 agora. Esta ampliação, que é méritos de todos, nos deu ainda esse cenário. Estamos vivendo o pior momento da pandemia”, disse a diretora.
Célia fez uma retrospectiva sobre a escalada iniciada em fevereiro, após um mês de janeiro no qual a doença já havia castigado todo o país.
“Entre os dias 21 e 27 – fevereiro – tivemos 1.672 casos na região, nas semanas seguintes, sucessivamente, tivemos 2.208, 2.031 e agora 3.088. Esse é o total de casos acrescentados na região, em intervalo de apenas sete dias. É um visível descontrole do vírus”, afirmou.
Nos mesmos períodos citados, as mortes mais que dobraram. Na região de 62 municípios, foram de 42 óbitos entre 21 e 27 de fevereiro para 93, entre 14 e 20 de março.
Novos leitos
A velocidade em que o Estado consegue criar novos leitos, principalmente pela falta de pessoal habilitado, está bem mais lenta que a pandemia.
No início deste mês o governo paulista anunciou a abertura de 20 novos leitos nas unidades do Ambulatório Médicos de Especialidades (AMEs) em Assis e em Tupã.
O prazo estimado para ativação é até 31 de março.