Doria anuncia nova ‘fase emergencial’ do Plano São Paulo
O governador João Doria (PSDB) e sua equipe anunciaram, no início da tarde desta quinta-feira (11), a implementação da chamada ‘fase emergencial’ do Plano São Paulo. As medidas ainda mais restritivas do que as previstas na fase vermelha valem entre os dias 15 e 30 de março.
O Estado vive seu pior momento no enfrentamento da Covid-19 desde o começo da pandemia. Em 22 de fevereiro a ocupação estadual de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exclusivos para pacientes com a doença, estava em 66%. Agora, essa lotação é de 87,6%.
Desde a última segunda-feira (8) todo o Estado está enquadrado na fase vermelha do Plano São Paulo. Marília já estava na fase mais restritiva uma semana antes.
Como mostrou o portal, ontem (10) a região bateu seu recorde de ocupação de leitos de UTI, atingindo 89,04% das vagas preenchidas.
Fase emergencial
Passam a ter restrição completa na ‘fase emergencial’, lojas de materiais de construção, celebrações religiosas coletivas e atividades esportivas coletivas, além dos serviços de retirada de produtos (take away) de todos os setores.
O tele-trabalho passa a ser obrigatório para atividades administrativas não essenciais, como órgãos públicos, escritórios e “qualquer atividade desde que o setor não seja essencial”.
Está proibida a entrega de alimentos e produtos aos clientes diretamente nos estabelecimentos comerciais. É permitido somente serviço de drive-thru entre 5h e 20h e de delivery durante 24 horas, para restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.
Fica implementado também toque de recolher entre 20h e 5h, proibição do uso de praias e parques, proibição completa de qualquer aglomeração e uso de máscara em todos os ambientes, internos e externos.
Foi feita ainda a recomendação para que todos os empregadores dos serviços essenciais escalonem a entrada no trabalho.
O objetivo das medidas é deixar mais 4 milhões de pessoas em casa para que a meta de ao menos 50% da população em isolamento social seja batida.
Educação
A rede estadual de ensino vai antecipar os recessos de abril e outubro para o período de 15 a 28 de março, sem prejuízo do calendário escolar.
Os alunos não terão atividades obrigatórias a desenvolver e devem ficar em casa. As unidade de ensino ficarão abertas apenas para alimentação e distribuição de materiais e chips, com agendamento prévio.
A recomendação é para que as redes municipais e privada de ensino sigam as mesmas medidas e todas as atividades nas escolas sejam reduzidas ao mínimo necessário para diminuir a circulação de pessoas.
Vídeo
Antes da coletiva de imprensa em que a ‘fase emergencial’ foi anunciada, durante a manhã desta quinta-feira, assessores divulgaram um vídeo em que Doria antecipava a necessidade de implementar medidas mais duras.
Na gravação, o governador afirma que “infelizmente, nós chegamos ao momento mais crítico da pandemia”.
“Mesmo com todos os esforços que estamos fazendo aqui em São Paulo, seguindo as recomendações dos maiores especialistas em saúde, nossos hospitais estão chegando no limite, no limite máximo de ocupação”, continuou.
“Essa nova cepa do vírus é muito agressiva, é muito perigosa. Temos que adotar medidas mais restritivas de distanciamento social para diminuir a circulação do vírus no Estado de São Paulo, para proteger você”, declarou Doria.
De acordo com ele, esta é “a única forma de conter a aceleração das mortes”.
“Para aqueles que dizem que é só abrir novos leitos de UTI, eu esclareço: não é. No Estado de São Paulo nós tínhamos 3.500 leitos de UTI. Agora temos 9.200, mas não há profissionais de saúde para atender tantos leitos. E, principalmente, para abrirmos mais leitos”, falou o governador.
“Estamos tentando equilibrar essa equação da economia, com a saúde, entrar em uma nova etapa do Plano São Paulo. Ela é mais restritiva, eu reconheço. Não é fácil tomar essa decisão, uma decisão impopular, difícil, dura”, alegou o tucano.
Para Doria “nenhum governante gosta de parar as atividades econômicas do seu Estado. Eu, principalmente. Eu entendo o sofrimento de todos. É difícil não poder sair para trabalhar, é difícil não sair para batalhar pelo sustento de sua família, é difícil não poder ir para a escola, faculdade, ter restringido seu convívio social. Você não pode ir para o esporte, para sua academia”.
“Só há duas alternativas para controlar o contágio do vírus neste momento: a vacina e o distanciamento social. Como governador de São Paulo, vou cumprir meu dever, minha obrigação. Vou honrar o cargo que ocupo mesmo que custe a minha popularidade”.
“O certo hoje é fazer o que for preciso para parar esta segunda onda que está matando tantas pessoas aqui em São Paulo”, afirmou Doria.