Daem recupera arrecadação, mas ainda sente inadimplência
A anistia em multas e juros oferecida pelo Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) permitiu que a autarquia encerrasse o mês de fevereiro com arrecadação acima do previsto para o mês. No orçamento inicial, era esperada entrada de R$ 8,6 milhões no mês. A arrecadação ficou em R$ 8,8 milhões.
O desempenho foi um alento em meio à pandemia, que provoca frustração de receitas desde o ano passado. Em janeiro o Daem esperava receber R$ 8,6 milhões – valor mensal linear, projetado neste ano – mas arrecadou apenas R$ 7 milhões.
Até esta quarta-feira (10), transcorrido 1/3 do mês de março, as entradas de recursos mensais correspondem a R$ 2,6 milhões, ainda abaixo de 30% do orçamento previsto para estes 31 dias. Os dados são do Portal da Transparência.
O presidente da autarquia, Marcelo Macedo, acredita que o desempenho positivo de fevereiro pode ser atribuído a campanha da anistia e aposta em uma reação em março.
Ele lembra ainda que o programa de incentivo à regularização deve gerar um incremento nos próximos meses, já que a maioria dos contribuintes opta pelo parcelamento.
“Vamos aguardar até o final deste mês para termos um balanço do impacto da anistia e da inadimplência, com a pandemia completando um ano”, disse.
Conforme dados do Portal da Transparência, de janeiro até agora foram arrecadados R$ 18.495.736,26. No mesmo período os gastos atingiram R$ 31.410.633,96, entre custeio e investimentos.
Maiores custos
Entre as maiores despesas pagas pelo Daem em 2021 estão funcionários e encargos, com R$ 3,8 milhões; energia elétrica, R$ 3,4 milhões e contratos com a Replan Saneamento, R$ 2 milhões.
Os gastos do Daem acima da arrecadação têm chamado a atenção para a viabilidade econômica da autarquia, conforme destacou o Marília Notícia recentemente.
- A frustração de receitas acontece na contramão da necessidade de investimentos, quando a administração é obrigada a elevar gastos para evitar falta d’água e multiplicação de vazamentos pela cidade.
Os resultados equilibrados de 2017 e 2018 foram seguidos de déficits em 2019 e 2020, anos em que a crise se acentuou.