Marília tem risco de epidemia de dengue e reforça estratégias
Com 361 casos de dengue confirmados e outros 384 em investigação, Marília está sob risco de epidemia da doença em 2021. Os dois primeiros meses do ano já somam 28% mais vítimas do que o mesmo período ao ano passado. A região do Aeroporto, na zona Leste, é uma das áreas com infestação do mosquito Aedes aegypti.
Na mesma época, em 2020, a cidade havia confirmado 259 casos. A comparação entre os dois anos pode, ainda, não refletir a realidade em função da velocidade da liberação dos exames, mas permite uma noção sobre o avanço da dengue nestes primeiros 60 dias de 2021.
Os surtos da doença passam a ser considerados uma epidemia depois que a Saúde identifica mais de 300 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes. A cidade teve trégua entre 2016 e 2018, mas desde então registra epidemias.
No ano passado foram mais de 1,5 mil casos, com o agravante do coronavírus e a falta de adesão de grande parte dos moradores, sob argumento do isolamento social.
Armadilhas
Na última quinta-feira (4) a Prefeitura anunciou o início da instalação das estações disseminadoras de larvicida para o combate à dengue.
As estações são baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnados de larvicida. Para funcionarem, necessitam de certa quantidade de água para atrair os mosquitos.
Ao pousarem na superfície da estação, partículas do larvicida são aderidas às pernas e corpo dos mosquitos, que acabam levando esse produto para outros criadouros. Com isso, larvas e pupas morrem, inclusive em criadouros difíceis de serem localizados durante vistorias.
Marília é uma das cidades pioneiras nesse novo método de controle da dengue. O estudo começou em 2014 nas cidades de Manaus e Manacapuru, no Amazonas.
Uma ação que começou no final de fevereiro, aconteceu no bairro Jardim Aeroporto, uma das áreas mais infestadas com o mosquito e um grande número de casos de dengue, como explica o médico veterinário da Divisão de Zoonoses, Lupércio Garrido.
“A ação será concluída neste sábado (6), no Jardim Aeroporto, entre 8h e 13h. Nessa ação anterior, instalamos 130 estações disseminadoras e agora vamos praticamente dobrar esse número, concluindo o trabalho no bairro”, disse o médico veterinário.
Marília conta inicialmente com 500 estações disseminadoras de larvicidas, sendo que os próximos locais a receberem essa ação estão sendo analisados.
O prefeito Daniel Alonso (PSDB) comentou. “A nossa equipe técnica da Saúde está fazendo esse levantamento, levando em conta as áreas mais infestadas e o número de casos. Serão definidos os próximos bairros a receberem esse novo método. Peço à população que nos ajude no combate à dengue, que também está entre as prioridades”, disse o chefe do Executivo.