Volta às aulas em Marília tem distanciamento e poucos alunos
As aulas começaram ontem (8) com a presença de poucos alunos nas escolas estaduais de Marília. A média ficou bem abaixo dos 20% que estão autorizados, conforme decreto municipal. Na cidade são mais de 16 mil alunos matriculados em 39 escolas. Sondagem feita pelo Marília Notícia indica que entre 5% e 7% desses jovens compareceram
O período é de acolhimento, reforço e orientações em relação ao modelo híbrido. Como a região de Marília está na fase laranja, o ensino na própria escola não é obrigatório. Somente nas áreas com classificação amarela e verde será exigido mínimo de 1/3 de aulas presenciais.
Na Escola Estadual Monsenhor Bicudo, localizada na região Oeste da cidade, foram recebidos presencialmente 43 dos 786 alunos matriculados. A estimativa é que o número aumente nas próximas semanas.
Para entrar, álcool em gel nas mãos. Professores tiveram que se adaptar com a proteção facial, o distanciamento social e a troca de máscaras a cada duas horas, tudo em nome da saúde coletiva e a cautela para evitar qualquer risco de exposição.
A diretora Sueli Batistetti Vicente explica que o foco é a adaptação e a informação, para manter o coronavírus longe da escola. Na Bicudo, a exemplo de outras escolas, o ensino será escalonado, semanalmente.
“Superamos nossas expectativas. Vínhamos trabalhando há muito tempo para esse momento. E nossa pergunta era: como o aluno vai reagir ao protocolo? A resposta foi muito boa”, garante a diretora, que chama atenção para as atividades do Centro de Mídias da Educação de São Paulo, que devem ser acessados em casa.
Limites
Conforme decreto do Governo do Estado de São Paulo, as escolas podem trabalhar com até 35% da capacidade (espaço físico e alunos matriculados). Esse quantitativo, porém, é limitado por decretos municipais.
Nas escolas estaduais de Marília, a maioria das salas teve média de três alunos. A estimativa é que, nas próximas semanas, esse número chegue a seis – média -, de acordo com o tamanho da escola.
Ao menos nos estabelecimentos questionados pelo Marília Notícia, não foram registrados problemas em relação a falta de servidores para higienização, uma das queixas do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), que tenta na Justiça barrar a volta das atividades presenciais.
A região da Diretoria de Ensino de Marília tem 25 mil alunos em 62 escolas.
Em São Paulo
O ano letivo de 2021 começou para 3 milhões dos 3,3 milhões de alunos que foram autorizados a retomar as aulas presenciais, em sistema de rodízio no Estado. São 4,5 mil das 5,3 mil escolas da rede pública paulista.
“A volta às aulas começou de maneira gradual e segura, sem ser afetada pela paralisação anunciada pelo sindicato dos professores. Felizmente a maioria absoluta dos professores da rede pública estadual de ensino entendeu a importância da retomada das aulas e da segurança ao exercerem esse direito, de praticarem e darem aulas aos alunos da rede estadual de ensino”, disse o governador João Doria (PSDB).
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, acompanhou o início das aulas nesta segunda-feira na Escola Estadual Raul Antônio Fragoso, em Pirituba.
“É muito importante para toda comunidade escolar, formada por alunos, professores e funcionários, que a gente inicie o ano letivo presencialmente, de forma segura, respeitando todos os protocolos sanitários”, disse.
Ele destacou que “nenhum tipo de tecnologia substitui a presença do professor em sala de aula”. Disse ainda ter que os prejuízos causados aos alunos que se mantém fora da escola por muito tempo “são enormes”.
A Secretaria de Estado da Educação reforçou a importância de que pais, responsáveis ou alunos maiores de 18 anos entrem em contato com a sua escola para saber os dias e horários em que poderão ir presencialmente na unidade.