Marília perde R$ 28 milhões por mês sem auxílio emergencial
O auxílio emergencial, criado pelo Governo Federal para diminuir os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia, terminou em dezembro do ano passado. Sem o benefício, marilienses devem deixar de receber R$ 28 milhões por mês.
Este é o valor médio repassado mensalmente para todos os moradores do município que tiveram direito ao benefício.
Diante de um novo período de fase vermelha do Plano São Paulo, com funcionamento apenas dos serviços essenciais, a atividade econômica local deve sentir o ‘baque’.
A conta sobre o repasse médio mensal tem como base os pagamentos feitos entre abril e agosto, período com dados detalhados no Portal da Transparência da União.
Somente naqueles cinco meses foram mais de R$ 141 milhões para beneficiários que vivem em Marília.
Boa parte dos recursos acabou sendo injetado diretamente na economia local, por meio do consumo da população, o que certamente ajudou a garantir a geração de empregos formais na cidade, mesmo com a necessidade de fechamento de atividades não essenciais.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, divulgou nesta quinta-feira (28) a criação de 2.196 empregos com carteira assinada em Marília durante todo o ano de 2020.
O governo Jair Bolsonaro (sem partido) vem sendo pressionado pela criação de um novo programa assistencial, mas não há nada garantido até agora.
Ontem (28), em ‘live’ nas redes sociais, Bolsonaro voltou a negar a possibilidade de retomar pagamentos: “vai quebrar o Brasil”.
Dimensão
Somente os R$ 141 milhões repassados até agosto do ano passado equivalem a cerca de 15% de todo o orçamento municipal. Porém é importante reafirmar que o benefício é feito pelo Governo Federal.
Outra comparação que dá dimensão do que o valor do auxílio representa, pode ser feita com o Bolsa Família, que pagou ‘apenas’ R$ 10,1 milhões entre janeiro e outubro do ano passado. Ou seja, em metade dos meses, o auxílio emergencial pagou mais de 14 vezes esse valor.
Mais um paralelo que pode ser feito entre o Bolsa Família e o auxílio emergencial em Marília é sobre o alcance dos dois programas – que possuem, claro, funções diferentes.
Em setembro, 5.953 famílias marilienses receberam o Bolsa Famílias. Por outro lado, uma única parcela do auxílio emergencial – a primeira, de abril – chegou a ser destinada para 58,7 mil marilienses – quase dez vezes mais beneficiários.