Concessionárias de Marília protestam contra aumento de ICMS
Concessionárias de veículos e garagistas realizaram um protesto em Marília e outras cidades do Estado nesta quinta-feira (21), contra o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que entrou em vigor na última sexta-feira (15).
No caso de veículos usados, por exemplo, o governador João Doria (PSDB) triplicou o índice cobrado, de 1,8% para 5,53%. Em abril este valor cai para 3,9%.
A nova alíquota, segundo o setor, inviabiliza as vendas, principalmente em tempos de pandemia. A medida faz parte de um esforço da administração estadual em reverter a queda nas arrecadações.
No caso dos veículos novos o ICMS subiu de 12% para 13,3% e sofrerá novo reajuste em abril, para 14,5%.
Entre os impactos imediatos do reajuste estão o aumento no preço final de venda e também a redução da margem de lucro das lojas.
Em Marília a concentração aconteceu por volta das 7h na praça Saturnino de Brito, em frente da Prefeitura, no Centro.
Antes disso, grupos que se dirigiam até lá iniciaram ‘buzinaços’ pela cidade. Uma carreata por diversas regiões estava programada para ser iniciada após a reunião inicial. Praticamente todas as grandes concessionárias da cidade participaram.
Em uma caminhonete, carregada por um guincho, estava fixada uma faixa em que constava a denúncia “João Doria aumenta impostos sobre veículos usados em 207%” e as hashtags #luto e #éimpossíveltrabalhar.
Entenda
André Garcia, gerente de uma concessionária da cidade, explicou que “o ICMS mais do que triplicou”.
Ele cita o exemplo de um carro usado avaliado em R$ 40 mil. Com a alíquota de 1,8% – a antiga – o comprador pagaria R$ 720 de ICMS.
Com o novo índice para veículos usados, o valor a ser pago pelo imposto no mesmo carro vai para R$ 2.212.
“O decreto entrou em vigor, apesar de todas as negociações com o Estado, apoio das montadoras, todas as associações pedindo ao governador que reconsiderasse”, disse Garcia em entrevista ao Marília Notícia.
“A venda de veículos representa uma grande arrecadação para o Estado. O aumento de ICMS vai derrubar as vendas, e consequentemente vai cair a arrecadação. Mesmo assim o governador insistiu no aumento. O movimento que acontece em Marília ocorre em nível estadual”, completou.