Covid-19: maior parte dos gastos da Prefeitura foi para hospitais
A maior parte dos recursos gastos com Covid-19 pela Prefeitura de Marília foi destinado a hospitais e custeio de pessoal, segundo informações disponíveis no Portal da Transparência do município consultados nesta sexta-feira (8) pela reportagem.
Do começo da pandemia até o momento, o Executivo municipal já recebeu R$ 40 milhões para serem destinados ao enfrentamento do novo coronavírus. Deste total, já foram utilizados mais de R$ 32 milhões pelo governo Daniel Alonso (PSDB).
A maior parte dos recursos já aplicados – cerca de 37,5% – foram repassados pelo prefeito ao Hospital Beneficente Unimar (HBU). São R$ 12 milhões até o momento. Vale lembrar que o HBU também é responsável por gerir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte.
A Santa Casa de Marília recebeu R$ 3,2 milhões – o equivalente a aproximadamente 10% do total que já foi gasto pelo Executivo.
Já as despesas da Covid-19 com “pessoal civil fixo” foram de R$ 6,6 milhões, ou cerca de 20% das destinações.
Juntos, esses três gastos somam mais de 68% do que o município aplicou no combate à Covid-19 até agora.
Vale lembrar que o governo Daniel optou por não montar um hospital de campanha propriamente dito, mas ampliar a pactuação de leitos do Sistema Únicos de Saúde (SUS) nos hospitais locais.
As referências municipais para pacientes com Covid-19 são o HBU e a Santa Casa. No entanto, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema), que é gerido pelo Estado e serve como referência para a região com mais de 60 municípios, também recebe pacientes marilienses.
Como o Marília Notícia mostrou nos últimos dias, a Prefeitura tem negociado uma ampliação de leitos exclusivos para pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19 no município, mas isso depende de uma série de fatores, inclusive disponibilidade de pessoal e capacidade física dos hospitais.
A situação local é crítica, já que os leitos de UTI reservados para a pandemia chegaram na lotação máxima nos últimos dias. Os leitos clínicos passaram de 80% ocupados e a região corre risco de retroagir para uma fase mais restritiva do Plano São Paulo.
Outros pagamentos
Também receberam parcelas significativas dos recursos municipais para combate da Covid-19 outras unidades de saúde.
A Maternidade e Gota de Leite e o Hospital Espírita de Marília (HEM) receberam respectivamente R$ 1,2 e R$ 1,1 milhão cada.
Em menor volume, entidades assistenciais também foram beneficiadas. Algumas das que mais receberam fora a Fundação Ismael e Lar São Vicente de Paula, com R$ 226 mil cada.
Entram nessa conta também a Casa do Caminho (R$ 190 mil), Fundação Mariliense de Recuperação Social (R$ 159 mil), Associação Filantrópica de Marília (R$ 113 mil), Centro de Apoio à Criança e Adolescente de Marília (R$ 113 mil), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Marília (R$ 87,5 mil), entre outras.
Muitos milhões foram pulverizados entre dezenas de fornecedores de material de uso médico e hospitalar, além de medicamentos.
Entre as empresas que mais receberam, constam a Delta Distribuidora Comercial Ltda Epp (R$ 636,2 mil), Soma/SP Produtos Hospitalares Ltda (R$ 426 mil), Aglon Comércio e Representações Ltda (R$ 185,2 mil) e Cirúrgicas Neves (R$ 180 mil).
Outras empresas desse ramo que também receberam recursos significativos são Instramed Indústria Médico Hospitalar Ltda (R$ 151 mil), Comercial Cirúrgica Rioclarense Ltda (R$ 144,5 mil), Cirúrgica Itamaraty Comercial – Eireli (R$ 136 mil), Servimed Comercial Ltda (R$ 134,6 mil) e Cristalia Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda (R$ 128 mil).
Chama a atenção alguns gastos com empresas de outros ramos, como R & M Comércio de Veículos Eireli (R$ 426 mil).
Também estão na lista dos beneficiados, com recursos decorrentes da pandemia, pessoas físicas e espaços culturais contemplados com verba da Lei Aldir Blanc de socorro a esse setor específico.