Polícia investiga ataques racistas contra prefeita de Bauru
A Polícia Civil está investigando a autoria de ataques racistas contra a prefeita eleita de Bauru (distante 110 quilômetros de Marília), Suéllen Rosim, que é negra.
No último domingo (29), data do segundo turno das eleições municipais, ela registrou um boletim de ocorrência após mensagens em grupos de WhatsApp chegarem a seu conhecimento. O caso é investigado como injúria racial.
“Não podemos eleger aquela mulher com cara de favelada para ser nossa prefeita. Essa gentinha irá afundar Bauru”, diz uma das pessoas que será investigada.
“Essa gente de cor, representada por essa tal de Suéllen, não vai saber administrar a cidade, não tem competência”, consta em mais um ataque informado à polícia.
Outra mensagem de cunho racista afirma: “não tenho nada contra, mas essa gente de pele escura, com cara de marginal administrando essa cidade, será o fim”.
À imprensa, Suéllen tem declarado que entrou com todas as medidas judiciais cabíveis para que a autoria das mensagens seja descoberta.
De acordo com ela, “estamos em um tempo que isso não é mais permitido, faço isso por mim e por tantas pessoas que enfrentam esse tipo de situação”.
Suéllen
A jornalista Suéllen Rosim (Patriota) foi eleita a primeira prefeita de Bauru no segundo turno do pleito municipal, realizado nas cidades com mais de 200 mil eleitores neste domingo (29).
A candidata vitoriosa recebeu 89.725 votos, o que representa 55,98% dos votos válidos. Já Doutor Raul (DEM), derrotado nas urnas, foi escolhido por 70.558 eleitores, o equivalente a 44,02% dos votos válidos.
A abstenção na segunda etapa da eleição bauruense foi de 32%, já que mais de 86 mil pessoas não foram votar. A cidade registrou ainda 7.457 (4,05%) votos brancos e 16.373 (8,89%) nulos.
No primeiro turno ela já havia sido a candidata mais votada, com 57.844 votos – o equivalente a 35,60% dos votos válidos.
Suéllen, que também é cantora gospel, nasceu no Mato Grosso do Sul, mas há 20 anos vive em São Paulo.
Inicialmente ela morou em Birigui e se formou em Comunicação Social na Unitoledo, em Araçatuba. Como jornalista, atuou como repórter e apresentadora da TV Tem.
Em 2018, após deixar a empresa, ela disputou a eleição para deputada estadual e ficou como primeira suplente do Patriota após receber mais de 30 mil votos.