Sindicato dos médicos se manifesta a favor de concurso para o ESF
O Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp) encaminhou nota para a redação do Marília Notícia, após publicação da reportagem sobre o prazo que o prefeito Daniel Alonso (PSDB) tem para decidir qual estrutura irá adotar em relação aos trabalhadores do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) em Marília.
A entidade se declarou favorável à realização de concurso público, com fim da terceirização. Em nota, assinada pelo diretor sindical Eduardo Perillo, os médicos criticam a atual falta de controle na seleção de funcionários.
O sindicato que representa os médicos aponta ainda o uso de recursos que deveriam ser aplicados exclusivamente na atenção básica (postos de saúde), mas acabam sendo usados em outras finalidades na Maternidade Gota de Leite, entidade conveniada.
“O gerenciamento da atenção primária de Marília vem sendo acompanhado pelo Simesp, inclusive com discussões no Conselho Municipal da Saúde (Comus). Durante muito tempo os contratos com a empresa foram feitos quase de forma informal pelas gestões passadas”, disse a entidade.
O sindicato aponta que “com os repasses via Sistema Único de Saúde (SUS), a conveniada (Gota) fez realocações de profissionais de saúde não necessariamente na atenção primária, o que aumenta a complexidade da prestação de serviço e utiliza recursos da mesma fonte, inclusive para serviços da Maternidade”.
“A contratação realizada pela Gota de Leite não passa por concursos públicos e tem critérios de contratação duvidosos”, se posicionou a entidade.
O Simesp defendeu a “administração direta, transparente e mais eficiente”. Segundo o sindicato, especialmente Prefeituras de cidades médias e grandes, preferem terceirizar o serviço.
“Dessa forma a despesa acaba saindo de gastos de custeio e não da folha de pagamento. Cabe lembrar que os médicos que atuam na atenção primária de Marília não têm plano de carreira e recebem menos que os médicos das cidades do entorno, fato que gera maior rotatividade no cargo”, aponta o sindicato.
Como consequência, segundo o Simesp, a terceirização geraria menor vínculo com a população, mais exames e mais encaminhamentos.
“O correto seria a Prefeitura assumir os trabalhadores e realizar concursos públicos, a despeito das consequências políticas”, escreveu o diretor sindical, que representa os médicos na região do Estado.