Partido expulsa Taroco e pede cancelamento da candidatura
A Justiça Eleitoral de Marília recebeu petição do Diretório Nacional do partido Solidariedade, que pediu o cancelamento do registro da candidatura do policial militar Renato Taroco. O pedido, que pode tirar o candidato da disputa, ainda não foi analisado.
Taroco concorre pela coligação do ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos) e tem se envolvido em uma série de polêmicas.
A mais recente foi nesta quarta-feira (11), quando ele interpelou o prefeito Daniel Alonso (PSDB) em uma avenida. Com uma arma visível na cintura, discutiu com assessores do prefeito, candidato à reeleição.
Daniel registrou boletim de ocorrência por ameaça e declarou à polícia que sentiu-se “receoso”, por ter sido abordado pelo candidato armado e “aos gritos”.
Expulsão
O pedido de expulsão de Taroco não tem relação com o caso desta quarta e foi protocolado pelo Solidariedade ontem (10).
Como não há mais tempo para alteração nas urnas eletrônicas, que foram lacradas, após a carga do sistema da Justiça Eleitoral – dados de candidatos e eleitores –, os votos atribuídos a Taroco poderão ser considerados nulos pelo fato dele estar tecnicamente sem partido.
O juiz da 70ª Zona Eleitoral, Luiz César Bertoncini, ainda não se manifestou sobre o pedido. Até o dia da eleição, qualquer partido pode notificar a Justiça Eleitoral sobre expulsão de membros, mediante tramitação de processo interno.
‘Vou ser expulso’
Envolto em bandeira bolsonarista – apesar de apoiar o ex-prefeito Abelardo Camarinha – o cabo Taroco gravou e publicou vídeo em suas redes sociais, no mês passado, desdenhando do próprio partido. Nacionalmente a legenda é presidida por Paulinho da Força, historicamente ligado a movimentos sindicais.
“Acabei parando em um partido chamado Solidariedade, o qual eu nem sabia que existia. Eu não compactuo nem um pouco com a ideologia desse partido. Eu estou nesse partido simplesmente porque sou obrigado a estar em algum partido para concorrer às eleições”, disse o candidato.
Ele continua: “Vou provavelmente ser expulso e não estou nem aí. E se você não gostou companheiro, me expulsa do partido! O meu partido é o Brasil!”, afirma na gravação.
Logo após a divulgação teve início o processo de expulsão, que foi concluído no dia 29 de outubro, à revelia – Taroco não apresentou defesa e nem contestou o procedimento interno, segundo a legenda.
“Assim, sendo resta demonstrado que o processo de expulsão do Sr. Renato Taroco respeitou integralmente as normas estatutárias e assegurou ao agora ex-filiado a ampla defesa, tendo ele livremente optado por quedar-se inerte diante do processo de sua expulsão, deixando de apresentar defesa ou praticar qualquer ato que externasse eventual irresignação”, apontou o Solidariedade na petição protocolada nesta terça-feira.
A reportagem do Marília Notícia procurou o responsável pelo partido na cidade, mas não teve resposta.