Eleições 2020: Marília Notícia entrevista Juliano da Campestre
O radialista e empresário Marcos Juliano, que concorre pela segunda vez à Prefeitura de Marília, quarta disputa a cargo eletivo, incluindo campanha para deputado federal em 2018 e ao Executivo de Vera Cruz, participou da rodada de entrevistas ao Marília Notícia.
O candidato não poupou críticas aos adversários e falou sobre gestão pública, ideologia política e temas polêmicos, incluindo sua suposta ligação com o grupo de Abelardo Camarinha, em uma “terceira via fake”, para servir aos interesses do velho cacique político.
Entre o candidato Marcos Juliano de 2016 e o Juliano da Campestre de 2020, muitas mudanças. Não foram apenas as companhias no espectro político – de Paulinho da Força (Solidariedade) a General Mourão (PRTB). O novo Juliano apresenta mais fluência ao defender um plano de governo.
O candidato tem na alça de mira a “velha política”. Juliano denuncia o “coronelismo” de um e aponta a “ineficiência” de outro. Ao site, ele revelou que o afastamento do Solidariedade aconteceu porque estaria sendo traído pelo comando do partido – em esferas superiores – forçando uma aliança com Abelardo Camarinha.
Confira a entrevista na íntegra.
MN – Marília é referência em saúde para a região e tem uma ampla rede básica, mas a população ainda reclama da demora para exames, diagnósticos, pequenas cirurgias e procedimentos de média complexidade. Como resolver?
Juliano – A população reclama com razão. Uma consulta de especialidade demora, em média, 51 meses para ser agendada no município de Marília. Na especialidade de psiquiatria, o tempo de espera é de 75 meses. Em relação aos exames, o cidadão pode esperar até 18 meses para realizar uma ressonância.
Vou resolver este problema de consultas de especialidades e atraso na realização de exames em dois passos.
Primeiro, vou promover Parcerias Público-Privada na área de especialidades médicas. Vou contratar consultas médicas de especialidades e exames na rede privada. As PPP’s possibilitarão mutirões de consultas e exames nas especialidades médicas, desafogando a demanda da população. Por exemplo, com R$ 1 milhão eu consigo contratar 3,3 mil consultas particulares de especialidades. Com mais R$ 1 milhão, eu contrato 2 mil ressonâncias e zero as filas de espera em Marília.
Da onde virá esse dinheiro? Basta não investir R$ 2 milhões por ano em publicidade. Minha publicidade será consulta e exames agendados para a população.
Em seguida, o segundo passo será pleitear junto ao governo estadual mais Ambulatórios de Especialidades Médicas (AME) para Marília. Quero fazer mais um na zona Sul e outro na zona Norte. Cidades menores, tais como Assis, Ourinhos, Votuporanga, Fernandópolis, que não chegam a 100 mil habitantes, tem AME. Por que aqui não tem? Cadê a influência do atual prefeito do PSDB João Dória e do Camarinha que há anos dizem ser “amigos” dos governos tucanos em São Paulo?
MN – O problema dos buracos ainda persiste em Marília. Há bairros antigos com o asfalto precário. Em outros, principalmente na periferia, há ruas sem asfalto. Como espera entregar melhorias nessa área?
Juliano – O problema dos buracos é crônico em todas as cidades do Brasil, principalmente em Marília. As operações tapa buracos são sempre mal feitas. Os últimos cinco prefeitos (Camarinha, Bulgareli, Toffoli, Camarinha e Daniel) se preocuparam em cuidar dos buracos e do asfalto apenas no ano da eleição.
Chega de sacanagem. Asfalto e buraco têm que cuidar o tempo todo, todos os dias. Se o Daem vai lá e abre um buraco para consertar a rede de distribuição de água, a Codemar tem que tapar e arrumar no outro dia. Não demorar seis meses.
Além disso, asfalto e buracos têm que ser obra definitiva, obra de qualidade. O último asfalto bem feito na cidade foi na administração Bulgareli. Desde então, Camarinha e Daniel colocam uma fina camada de asfalto que não aguenta 30 dias.
Nós vamos ao governo federal e com a influência que temos junto ao vice-presidente general Mourão traremos para Marília um investimento de R$ 60 milhões. Vamos recapear com asfalto de verdade, com qualidade, obra definitiva, todas as ruas do município. Pode anotar.
MN – A cidade tem projetos de ciclovia, interligações de bairros e novas avenidas que resolveriam gargalos. Como viabilizar obras como estas e como melhorar a mobilidade urbana?
Juliano – Fazer política é eleger prioridades. O próximo prefeito de Marília, que será eu, irá priorizar esses projetos e junto com a iniciativa privada vamos fazer todas essas obras necessárias. Por exemplo, o projeto da ciclovia precisa de aprovação da empresa Rumo Logística. Vamos até a empresa e conseguir a aprovação para uso da área.
Depois vou propor uma parceria público-privada com empresas interessadas em revitalização das áreas públicas onde há possibilidade de implantar ciclovias, tais como Tauste/Confiança/Shopping Atenas/Dori/Nestlé, etc. E tenho absoluta certeza que a iniciativa privada me auxiliará a tirar esse projeto do papel com custos reduzidos para a Prefeitura.
Para fazer as interligações de bairros e novas avenidas vou buscar emendas parlamentares junto a deputados estaduais e federais. Além disso, junto com a Entrevias, concessionária das rodovias que atravessam Marília, vou fazer obras combinadas para acesso aos bairros de entrada e saída e em uma lógica de complementariedade fazer mais com menos.
Todas essas coisas serão prioritárias na nossa administração. Tanto é que estou propondo a criação de uma Secretaria Municipal de Transporte. Além do problema da mobilidade, ela também tratará de desafogar os congestionamentos em vários pontos da cidade, das placas e sinalizações em condições precárias, das dificuldades com as concessionárias do transporte público coletivo, da falta de cancelas e sinalização para a linha ferroviária, das dificuldades no Terminal Rodoviário Interestadual, do sucateamento da frota municipal, da prevenção aos acidentes, etc.
Estamos propondo também a criação de terminais nos bairros e iremos realizar estudos para a implantação de transporte terrestre ferroviário, visando a integração do transporte público ao Sistema Ferroviário. Isto será efetivará juntamente com a implantação de outros Terminais de Distribuição, criando um sistema Bairro a Bairro.
MN – Há décadas Marília ainda sofre com a falta d’água. É possível acabar com esse problema? O que o candidato pensa da privatização do Daem?
Juliano – Não falta água em Marília. Isso é um mito, uma indústria da seca criada no município. A cidade produz uma vez e meia a necessidade de água. Só que, para termos uma ideia, o Daem perde, em média, 40% da água captada e tratada. Dinheiro nosso jogado fora. É água de qualidade, que custa caro, que não chega nas torneiras das nossas casas, mas jorra em todos pontos da cidade em vazamentos do Daem. Além disso, há muito desperdício e a própria Prefeitura passou anos sem pagar a conta de água dos prédios públicos. Isso precisa acabar.
O primeiro passo para solucionar esse problema é tomarmos medidas drásticas na direção de uma gestão mais eficiente no Daem. De imediato, a Prefeitura vai parcelar e pagar a sua dívida com o Daem; vamos fazer campanhas educativas para a população e as empresas sobre a necessidade de economizar água; vamos incentivar a criação de reservatórios domiciliares de água para a população carente, incentivando a reutilização da água, bem como evitar que as torneiras das casas sejam ligadas diretamente na rede de distribuição do Daem. Pois, qualquer problema na distribuição não tem caixa para segurar um dois dias a necessidade das famílias.
O segundo passo, no médio prazo, é ampliarmos a capacidade de armazenamento e distribuição de água entre grandes reservatórios já existentes na cidade e vamos construir outros nos bairros mais populares e nos novos bairros.
O terceiro passo, no longo prazo, vamos ampliar a rede de distribuição, renovar a antiga rede e planejar novos sistemas de captação de água. Por exemplo, temos que solucionar a obra parada do Ribeirão dos Índios, antes de sair perfurando poços profundos.
Os políticos profissionais prometem isto porque todo mundo vê o poço e a melhoria da rede de distribuição, que é o problema maior, está debaixo da terra, ninguém vê, logo, não tem voto e também ninguém soluciona o problema da falta de água na cidade.
Sobre a privatização do Daem, no momento, de longe, me parece que o departamento é rentável. Precisa ser melhor gerenciado. Dessa maneira, em um primeiro momento, não creio que deva ser privatizado porque o Daem garante um preço de água competitivo para as empresas de alimentação da cidade, as quais geram empregos no município. E também tem uma conta de água com preço bom para a população.
MN – O contribuinte ainda paga para transportar o lixo doméstico para fora da cidade. Para muitas cidades, o resíduo é um ativo, através de reciclagem e da compostagem. Em seu governo, essa despesa vai continuar? Como resolver o problema do lixo e quais suas propostas ligadas ao meio ambiente?
Juliano – Essa questão do lixo é outra sacanagem. O aterro sanitário público de Marília esgotou-se faz dez anos. Quatro prefeitos depois, e ainda não temos um novo aterro sanitário licenciado. A Prefeitura paga em torno de R$ 1 milhão por mês na operação de transbordo, para levar nosso lixo para outras cidades. Já com a coleta, a Prefeitura gasta em torno de R$ 350 mil/mês. Pouco mais de R$ 16 milhões por ano. Ou, quase R$ 65 milhões em quatro anos.
Nós vamos resolver este problema na cidade. O lixo não será enviado para outras cidades. Ele vai virar solução no município. Sabe como? Até 30 de março de 2021, vou realizar um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do lixo em Marília. O objetivo é convidar empresas, cooperativas e cidadãos comuns para apresentar estudos, levantamentos, investigações ou projetos para a solução do lixo na cidade.
Com base neste material, até o final do ano, vou abrir uma licitação para escolher o melhor projeto e dar início para a solução do lixo na cidade. Até porque existe tecnologia para solucionar definitivamente a questão, mas as últimas administrações não quiseram nem tentar. Nem quero imaginar os motivos.
Eu gosto muito da ideia de transformar o lixo em energia. Basta criarmos uma Central de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos. Esta solução é definitiva, mais barata, inteligente e ambientalmente correta.
Por meio de um processo térmico controlado, ambientalmente correto, transformamos rejeitos em vapor e depois em energia elétrica. As sobras de cinzas podem ser reutilizadas em recapeamento asfáltico. Do lixo pretendo fazer luz e asfalto. Solucionar outro problema já tratado aqui na entrevista.
Este modelo de tratamento do lixo pode reduzir os custos em 50% para a Prefeitura numa Parceria Público-Privada. Além disso, vamos arrecadar impostos com a atividade econômica da Central e gerar empregos de qualidade.
Tem mais: este modelo de tratamento do lixo convive com os coletores de recicláveis e associações afins, garantindo trabalho, renda e economia criativa; otimiza a eficiência de uma central de compostagem para o lixo úmido; garante espaço à existência de usina de beneficiamento dos resíduos sólidos da construção civil; enfim, permite a implementação de um mix eficiente e sustentável que gere oportunidades diversas à sociedade, solucionando a questão do lixo com diminuição significativa de despesas.
Há muita luz, asfalto, esterco, piso intertravado, guias de sarjeta, vasos, trabalho, renda e economia para a cidade inteira vindo do lixo. Eu vou colocar fim ao ciclo insano do transbordo milionário e sem sentido do lixo escolhido pelos prefeitos até aqui. A riqueza vinda do lixo ficará na cidade quando eu for prefeito.
Tratando o lixo e cuidando bem do esgoto, as questões ambientais da cidade vão melhorar muito. O prefeito Daniel diz que ele vai entregar a obra do esgoto com 100% de tratamento. É outra mentira. Estou visitando os bairros e já identifiquei quatro pontos onde o esgoto corre em céu aberto: no final da Salgueiro Filho, no Continental, no Toffoli e no Distrito Industrial.
Além disso, vamos propor soluções ambientais de arborização para o município, melhor proteção aos itambés, os quais serão ponto turístico na cidade, vamos monetizar a proteção das nossas áreas de matas nativas, incentivando os particulares a manterem em pé nossas áreas verdes, vamos cuidar dos mananciais, das nossas cachoeiras, etc.
Em Padre Nóbrega, uma cachoeira maravilhosa está sendo destruída porque estão jogando esgoto sem tratamento nela vindo de um residencial. É um absurdo, vamos fiscalizar e punir os responsáveis. Tem muita coisa para ser feita na questão ambiental na cidade, a qual foi abandonada nas duas últimas administrações: Camarinha e Daniel.
MN – O trabalhador de Marília tem renda média abaixo de cidades polo do Interior, do mesmo porte. A renda do mariliense também está abaixo da média do Estado. O candidato tem proposta para que essa disparidade seja superada? O que fará com relação aos empregos e chegada de novas empresas?
Juliano – A renda só eleva com ganhos de produtividade e com empresas de alto valor agregado gerando empregos na cidade. Precisamos atrair empresas com base tecnológica.
Vamos continuar sendo a cidade da alimentação, da pecuária, da agricultura, da metalurgia, da educação e da saúde, etc. Entretanto, a Prefeitura durante minha administração terá uma postura mais agressiva para abrir novas frentes de emprego e renda para os marilienses. Atraindo empresas que atuam no ramo da tecnologia.
Para tanto, vamos criar a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (SMICT), a qual vai atuar junto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Agência Municipal de Turismo para atrair investimentos para cidade.
Ambas secretarias serão responsáveis para implantar o Programa Pacto Municipal pela Inovação.
Este programa criará condições institucionais no município para alavancar o ecossistema de inovação de Marília, consolidar o Parque Tecnológico de Marília e transformar o município em uma Cidade Inteligente. Garantindo para a população acesso democrático e as oportunidades que a revolução digital propicias para os indivíduos, as famílias e as empresas locais.
Nesta perspectiva, pretendemos alavancar a transformação digital, o empreendedorismo digital, a inovação tecnológica e a economia criativa, atraindo investimentos, potencializando o empreendedorismo de organizações de base tecnológica, bem como elevar a produtividade em geral e gerando empregos de alto valor agregado, integrando esse ecossistema, proporcionando maior eficiência dos serviços públicos.
O ápice será incentivar a organização de Arranjos Produtivos Locais em outras áreas de atividades econômicas do município e da região.
Além disso, vamos ampliar os empréstimos via Banco do Povo para auxiliar o Microempreendedor Individual a começar novos negócios, gerando emprego e renda para toda a população. Essa política andará de mãos dadas com a secretaria municipal da Educação, como veremos adiante.
MN – A Prefeitura é constantemente criticada pela demora no atendimento ao cidadão. Aprovação de projetos de construção é um exemplo. Os pedidos levam meses, gerando desestímulo ao investimento. Qual é a proposta para reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do serviço público?
Juliano – Nossa proposta para reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do serviço público abrange a criação da Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (SMICT). Essa nova secretaria garantirá ao cidadão mariliense duas oportunidades. A primeira será efetivar na cidade a prática do controle social das contas públicas e a advocacia de idéias junto a Prefeitura em alinhamento à legislação brasileira sobre a Transparência no setor público brasileiro.
O controle social servirá para a fiscalização das ações do governo, visando garantir transparência aos gastos públicos com nosso dinheiro. Já a advocacia de idéias possibilitará ao cidadão propor políticas públicas alternativas às do governo, provocando-o diariamente a explicar à população os motivos técnicos das suas escolhas. O que conduz o governo a refletir sobre suas ações, corrigindo-as, caso necessário, para melhor, ouvindo a sociedade.
A segunda oportunidade trata-se de criar condições institucionais adequadas no município para alavancar o ecossistema de inovação de Marília, consolidar o Parque Tecnológico de Marília e transformar o município em uma Cidade Inteligente. Garantindo para a população acesso democrático e as oportunidades que a revolução digital propicias para os indivíduos, as famílias e as empresas locais.
Por exemplo, uma empresa não precisará ir em dez locais diferentes para ser aberta. Tudo será digitalizado com essa revolução digital que vamos promover na Prefeitura. Um pai terá acesso a toda documentação escolar do seu filho e poderá encaminhar seus documentos por meio de um celular, tirando uma foto e afixando no espaço digital da escola.
Uma pessoa com problemas físicos não precisará se locomover até a Farmácia Popular para entregar sua receita: ela vai tirar uma foto e enviar e a entrega do remédio será feita em casa. E, assim por diante.
MN – A violência tem feito vítimas, principalmente entre os jovens. Famílias são atingidas em todas as classes sociais, seja pelo avanço da dependência das drogas, que não distingue as classes, seja pelo ciclo “vício-tráfico” entre os mais pobres. O que um prefeito pode fazer para minimizar esse drama?
Juliano – O problema da violência é grave e atinge todas as cidades do Brasil e nossas famílias. A segurança pública é prerrogativa principal do Estado de São Paulo. É papel do prefeito auxiliar o Estado nessa tarefa.
Podemos criar centros de inteligência compartilhada para vigilância remota, ampliar a atividade delegada com a Política Militar do Estado de São Paulo, mantendo mais efetivo policial na rua, ainda estou refletindo sobra a possibilidade de criar uma guarda municipal, mas nem eu, nem minha equipe temos opinião formada sobre a questão. A sociedade será induzida a refletir conosco sobre essa possibilidade.
Agora o prefeito pode atuar na área da saúde, do esporte, da educação, do lazer, da cultura como ferramentas de ocupação e profissionalização dos jovens para afastá-los do problema das drogas.
A Prefeitura deve buscar recurso para a construção de clínicas de recuperação da dependência das drogas, enfim, existe espaço para atuação do prefeito, de maneira mais marginal, nessa questão. Faz-se necessário ampliar parcerias com governo federal e estadual, na busca de solução para um tema tão complexo como da segurança-drogas.
MN – Os servidores municipais se ressentem, nos últimos anos, de não terem um plano de carreira. Aprovado em fim de mandato e revogado, há quase quatro anos, o plano acabou sendo objeto de disputa política. Haverá um plano aprovado no seu governo?
Juliano – Eu pretendo fazer o plano de carreira. Entretanto, é importante ficar claro que não se trata apenas de aumento de salário. Plano de carreira é, principalmente, ajustar a vida útil funcional do servidor às suas capacidades e qualidades individuais com a possibilidade dele bem servir o povo de Marília.
É apresentar para cada categoria onde cada um está e onde pode chegar e com quais ganhos reais ao longo do tempo. Não é garantir promoção por promoção, remendos para servidores de alto escalão, enquanto a maioria fica com a carreira e salários paralisados.
A contrapartida do servidor é se especializar para melhor servir a população e o papel da Prefeitura é garantir a ele esta possibilidade e depois remunerá-lo adequadamente. Eu não vou ficar fazendo puxadinhos para beneficiar carreiras que já tem bons salários e deixar para trás as outras categorias.
Nem vou fazer promessas mirabolantes apenas para ter voto e ganhar a eleição. Vamos fazer juntos tudo aquilo que for possível para termos servidores públicos mais capacitados para bem servir a sociedade e, por mérito, receber salários melhores.
É importante frisar que no meu governo representante de servidor não vai ficar sentado na frente da Prefeitura mendigando uma audiência comigo para tratar dos interesses da categoria. A porta do gabinete estará aberta sempre e a mesa de negociação fará parte do cotidiano da nossa administração.
MN – Como tratar o Ipremm que atualmente tem problemas gravíssimos?
Juliano – Já existe em andamento uma reforma da previdência municipal, a qual atingirá o Ipremm. Ela é inevitável. Até porque já tem lei que obrigou o atual prefeito a desencadear a reforma da previdência local. Nós vamos assumir a Prefeitura, se eleito, com a escolha já realizada e já protocolada pelo prefeito Daniel Alonso com apoio da atual composição da Câmara de Vereadores.
Além disso, tem o problema da sustentação financeira do Ipremm no longo prazo. O próximo prefeito tem que cumprir com os repasses patronais ao Instituto. É o mínimo a ser feito. Tem que pagar as parcelas de financiamentos do passado em dia.
Tem que se esforçar para fazer um caixa importante para o Ipremm honrar seus compromissos à longo prazo vendendo ativos da Prefeitura. O próximo prefeito tem que fazer escolhas corretas de investimentos para fazer o fundo previdenciário render.
Os aportes extraordinários por parte da Prefeitura serão inevitáveis para fazer jus à aposentadoria dos servidores públicos marilienses nas próximas décadas. O esforço será de toda a sociedade. Por isto mesmo, caberá a nós fazermos uma auditoria ampla no Ipremm e identificar os responsáveis pelo instituto encontrar-se na situação atual.
Em seguida, vamos processar e responsabilizar civilmente, criminalmente e pecuniariamente os responsáveis pelas apropriações indébitas previdenciárias, as quais tem prejudicado a formação de capital do fundo de pensão do Ipremm, prejudicando assim a sua rentabilidade, os aposentados e toda a sociedade mariliense.
MN – Qual a sua avaliação para a Educação municipal hoje? O que dá para melhorar?
Juliano – Uma das poucas políticas públicas que funcionam bem no município de Marília é a área da Educação. Tenho certeza que é por causa das professoras e dos demais profissionais da rede, que fazem, há anos, um esforço individual para manter o município em posições importantes no ranking educacional do Brasil. É uma secretaria capacitada e técnica, onde os políticos profissionais passam longe.
Meu papel ali é ouvir os envolvidos com a área e dar subsídios materiais para melhorar o setor educacional do município. A rede anda sozinha, apesar dos políticos profissionais.
Será necessário construir novas escolas, principalmente em bairros novos e mais distantes. Manter um calendário de reformas em ordem, manutenção em dia. Adquirir material escolar de qualidade sob orientação das professoras.
Minha proposta diferencial, minha marca na Educação será implementar uma infraestrutura tecnológica e infraestrutura do conhecimento para inserir e transformar a rede municipal de ensino da nossa cidade no século XXI, preparando nossas crianças para usufruírem da tecnologia de uma Cidade Inteligente.
Quero, a partir da escola, ampliar a democratização digital para que todos nós sejamos capazes de explorar a tecnologia e entender como ela pode servir da melhor forma aos nossos interesses e necessidades individuais, coletivos e do poder público.
MN – Pouco foi feito fora do usual no Esporte na atual administração. Os poliesportivos na cidade continuam abandonados, por exemplo. Qual a avaliação e o que pretende fazer?
Juliano – A manutenção e zeladoria dos poliesportivos não são responsabilidades da secretaria de esporte e lazer, mas sim da secretaria de obras.
O esporte na minha administração será uma ferramenta para diminuir a exclusão de parcelas da população que estão vivendo sob a condição de vulnerabilidade social. Iremos fomentar as condições equitativas de acesso a práticas esportivas de alto-nível e promoção da qualidade de vida.
Desta maneira, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer trabalhará para uma “Marília ativa e potência esportiva”, por meio do acesso gratuito à prática esportiva, adotando uma postura de popularização democrática do esporte, desenvolvendo e difundindo a prática dos desportos, da recreação e da educação física.
A SEL se pautará em dois eixos principais: promoção da atividade física para melhora na qualidade de vida, tentando diminuir o sedentarismo; e promoção da atividade física como meio de inserção social, visando a formação de atletas de alto-nível.
MN – Cultura? Qual a avaliação e o que pretende fazer?
Juliano – A área de Cultura foi pouco trabalhada no município na última gestão. Também, foi deixada nas mãos do PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Suas principais lideranças mudaram agora para o PL (Partido Liberal) do candidato à vice-prefeito Cícero do PT e da filha do prefeito Daniel Alonso. O resto pode-se imaginar …
Nossa administração vai trabalhar para tornar Marília referência em políticas culturais, difundindo a identidade cultural do município e destacando o que a cidade tem de melhor na área cultural. Simultaneamente, vamos transformar a área da cultura em um ativo para geração de emprego e renda, reconhecida como meio de inserção social e formação de um cidadão crítico e inteligente.
O setor cultural será reconhecido com uma importância educacional, social e econômica e passará a ser identificado como indutor de transformações mais profundas da sociedade. Justificando a ampliação dos recursos orçamentários para suas atividades.
Para tanto, aproximaremos o setor ao turismo em suas diversas facetas; elevaremos a cidade em pólo de gastronomia regional; incentivaremos o turismo de negócio, educacional e de saúde; ampliaremos o papel do jovem na disseminação e produção da cultura local, etc.
Nesta direção, vamos definir porcentagem mínima dos recursos municipais para a área da Cultura; vamos patrocinar a criação de um Conselho Municipal de Cultura cada vez mais democrático e participativo; fortaleceremos o Fundo Municipal de Cultura; iremos realizar Conferências Municipais de Cultura para aperfeiçoar as políticas culturais locais. Vamos descentralizar as atividades, fazendo a Cultura chegar nas comunidades da periferia.
MN – Proteção animal. Qual sua avaliação e o que deve ser feito?
Juliano – A administração Daniel Alonso tratou a questão da proteção animal terceirizando para uma empresa privada a atividade. Sou contra. Vou apoiar as diversas organizações não governamentais que atuam na área, dando-lhe suporte para seu funcionamento e prestação de serviços à comunidade. É com parceria com a sociedade e com as empresas que a nova administração caminha bem.
MN – Tem em mente alguma grande obra?
Juliano – Nós temos várias grandes obras em mente. Por exemplo, para ampliar a questão da mobilidade vamos fazer marginais no município. Minha prioridade será ligar o Maracá-Montana-Padre Nóbrega ao Shopping Aquarius por meio de uma marginal.
Nessa região vamos entregar duas rotatórias e as marginais em parceria com a iniciativa privada. Vamos fazer várias intervenções urbanas para melhorar o trânsito, por exemplo, vamos fazer uma ponte do Jardim Bandeiras e um pontilhão elevado, ligando toda a região oeste da cidade à Avenida Santo Antônio possibilitando a população acesso ao centro com maior agilidade.
Pretendo fazer o Ambulatório Médico de Especialidade, conquistar um Hospital da Mulher, construir um novo Centro Administrativo da Prefeitura para deixar de pagar R$ 650 mil de aluguel por mês, etc.
Tudo isto é possível, basta ter vontade política para fazer e implementar parcerias público-privadas. Ter projetos prontos para convencer governo federal e estadual a investirem no nosso município.
MN – Qual será o maior feito da sua possível administração?
Juliano – Possível não, eu vou ganhar a eleição e serei seu próximo prefeito com apoio da maioria dos marilienses que quer a nossa cidade de volta para nós.
Estou preparado para fazer uma gestão transparente e eficiente. Minha equipe será composta de autoridades em cada assunto. Na minha gestão, dono de pizzaria não vai cuidar da Saúde. Nada contra o dono da pizzaria, mas entender a natureza de um vírus para bem combatê-lo se faz necessário conhecimento técnico, faz-se necessário um médico.
Eu vou fazer uma auditoria para levantar todos os mal feitos na Prefeitura e punir os responsáveis pela corrupção e pela ineficiência que prejudica toda a população.
Vou equacionar o problema da água e do asfalto. Vou construir novas escolas e vias de acesso e mobilidade para o município. Garantir mais lazer, cultura, esporte à população. Cuidar do meio ambiente, como já indiquei nas outras respostas a cada pergunta realizada aqui.
Não é mágica, é vontade de fazer o correto. É vontade política para romper com o passado, com os políticos profissionais que tanto nos prejudicam. É soltar as amarras do povo mariliense que quer trabalhar e é atrapalhado pela política.
Como digo sempre, o maior feito de uma administração é deixar as pessoas livres e tratá-las de maneira igual para ganhar nosso pão com o suor do nosso próprio rosto. É simples fazer, basta querer.
Eu não consigo imaginar que a população quer o passado de volta, já testado, que em 30 anos não resolveu nossos problemas e com a maior cara de pau diz agora que vai resolver tudo. Além dos processos por corrupção.
Não acredito que nosso povo vai aceitar dar uma nova oportunidade para a ineficiência, a incapacidade, o governo pateta que hoje administra nossa cidade. Nosso principal feito será colocar fim em tudo isso e como seu próximo prefeito colocar Marília nos trilhos, rumo ao século XXI.
Somos a única cidade média do estado de São Paulo que ainda não se libertou dos políticos profissionais, dos coronéis do passado.
MN – Como fazer Marília crescer ordenadamente? Na última década a cidade cresceu sem muita organização, com bairros distantes do Centro, sem infraestrutura, com mobilidade ruim para os moradores, entre outros problemas.
Juliano – Basta obedecer nosso plano diretor, reformulá-lo ao novos tempos. Liberar a iniciativa privada para realizar as obras, mas fiscalizá-las com rigor. Só aprovar projetos com o devido plano de mobilidade e com a previsão orçamentária para a infra-estrutura.
Caso a iniciativa privada queira abrir um novo bairro distante, ótimo, mas que ela auxilie a Prefeitura, em parceria público-privada, a fazer postos de saúde, escolas, praças, áreas de lazer e cultura para a população que ali irá habitar. O que me espanta é não ser assim hoje. Eu ganhando a eleição a farra de fazer tudo de qualquer jeito vai acabar na nossa cidade.
MN – O senhor fazia parte do Solidariedade e era um aliado do Paulinho da Força. Agora o senhor está no partido do vice-presidente Mourão, que se identifica como direita. Não parece confuso, considerando que o início de sua atuação política teve relação com sindicatos?
Juliano – Não há confusão nenhuma na minha escolha política. É importante ressaltar que trabalhei no movimento sindical por vários anos como prestador de serviço na área de comunicação como mão de obra terceirizada e qualificada. Não foi apenas para a Força Sindical, mas sim para dezenas de sindicatos, federações e confederações.
Aliás, tenho muito gratidão pelo conhecimento e crescimento que adquiri nesses anos de prestação de serviço. Isto não significa alinhamento automático a tais tendências sindicais ou políticas. Ou o Marília Notícia não receberia recursos de publicidade de sindicato? A Marilan deixaria de vender biscoitos para a Força Sindical?
Como disse na convenção que me indicou candidato a prefeito de Marília pelo PRTB, o Solidariedade me fez dois favores: primeiro, ele me abriu a porta pela proximidade profissional para ser candidato em 2016 a prefeito, e em 2018 a deputado federal. Não consegui legenda em outro partido.
Os partidos são fechados para novas lideranças políticas, principalmente em Marília. Aliás, sou defensor de candidatura avulsa, sem partidos.
O segundo favor que o Solidariedade e o Paulinho da Força me fizeram foi ter me convidado a sair, ter praticamente me expulsado do partido. O motivo foi que o partido não queria me dar legenda para as eleições deste ano.
O objetivo foi apoiar em Marília o Camarinha. Eles queriam que eu estivesse com Camarinha, um político profissional, com centenas de processos na justiça por mal feito com dinheiro público.
Eu me recusei e fui traído, rifado pelo Solidariedade e pelo Paulinho da Força. Ambos estão na campanha do Camarinha. Amadureci com a experiência negativa e decidi tomar outros rumos políticos. Eu votei para o Bolsonaro e o Mourão.
Acabei filiando-me ao PRTB, partido de direita, o mais alinhado e apoiador de primeira hora do presidente Bolsonaro, que tem como vice-presidente da República o General Mourão.
Em uma reunião em São Paulo, amigos e lideranças que tratam a política com responsabilidade, me apresentaram ao Levi Fidelix, o qual me levou a Brasília e com apoio do vice-presidente da Republica General Mourão, ambos me adotaram como liderança local e regional do PRTB.
Minha missão é ganhar a eleição, enfrentar os políticos profissionais que só geram escândalos de corrupção na nossa cidade. Com apoio do governo federal, vou transformar nossa cidade em área livre de corrupção e eficiência no serviço público, bem como um oásis de desenvolvimento econômico e social no interior de São Paulo. Aquilo que Bolsonaro e Mourão começaram a fazer em Brasília, eu estou preparado para fazer em Marília.
MN – Você teve problemas para compor sua chapa e tem tido pouco apoio até o momento. Chegou a ser exposto publicamente nos casos do Nadir de Campos e Coraíni. Como enxerga isso?
Juliano – Onde eu tive problemas para compor minha chapa? Quem disse que eu não tenho apoios até o momento? A mídia paga com dinheiro público produz essas aberrações.
Eu conversei com inúmeros políticos para fazer uma composição. Primeiro, com Marcos Farto, mas, infelizmente, ele ficou inelegível por problemas na prestação de contas da eleição de 2018. Sugeri a ele indicar meu vice e ele que se recusou. Não foi problema comigo.
O Nadir de Campos faz parte da executiva nacional do PRTB. Ele faz reunião com o vice-presidente Mourão e o presidente nacional do partido, Levi Fidélix. Ele foi convidado para ser candidato e estava disposto a ser meu vice.
Entretanto, por prazo de desincompatibilização, isto não foi possível. É absolutamente normal essas coisas acontecerem na política. Mas, quando é com o Juliano da Campestre é problema, é falta de apoio, etc. Vamos parar com isto.
Problema mesmo eu tive com o professor Coraíni. Combinamos caminhar juntos para eliminar da política mariliense as coisas erradas, a política profissional. Entretanto, ele realizou um voto na Câmara de Vereadores contra a CPI da Carteira, contra o Sargento Allan.
Essa postura dele pode ser defensável do ponto de vista legal, mas que na minha avaliação foi imoral. Não concordei. Ele rompeu nosso pacto.
O que eu fiz? Primeiro, ouvi a versão dele, ouvi meus apoios e aliados, ouvi a população e decidi pedir para ele renunciar. Felizmente, ele atendeu nosso pedido e, em breve, vou anunciar um novo vice na chapa do PRTB [já anunciado o médico Ricardo Paoliello].
Tratei a questão com toda a transparência e honestidade do mundo. Provavelmente, a mídia paga para falar bem do prefeito e dos políticos profissionais não esteja acostumada a ter políticos com essa postura. Mas aqui é tudo assim.
MN – Nos bastidores dizem que sua campanha está aliada ao Camarinha. Que serviria apenas para tirar votos do Daniel. Como você enxerga isso? Acha uma injustiça falarem isso?
Juliano – Isso é lamentável e radicalmente injusto. Essa fofoca absurda já existiu na campanha de 2016. O próprio Daniel Alonso propagou essa histórica contra mim. Chamou-me de laranja do Camarinha. Minha resposta foi dada no debate da TV Tem, onde fui firme contra o Camarinha.
Vou encaminhar o vídeo para o Marília Notícias e gostaria que fosse publicado na íntegra, como combinado quando decidi participar da entrevista. (abaixo)
Naquela ocasião, minha posição me fez crescer no fim da campanha e tirei votos do Camarinha. Sem minha atuação, o atual prefeito Daniel Alonso não teria sido eleito. Mas, infelizmente, a gratidão não é uma qualidade do atual prefeito. Ele continua propagando fofocas contra mim com fins eleitorais. Essa história tem voltado, bem como muitas outras mentiras e fofocas sobre minha atuação política, minha família, minha empresa, entre outras.
Eu só quero dizer que minha empresa não é quebrada, que minhas certidões negativas estão todas com a justiça eleitoral e estão públicas para todos os cidadãos da cidade.
Com seu voto vou ganhar a eleição e colocar fim ao brejo político que Camarinha e Daniel enfiaram a cidade. Com apoio de vocês vamos colocar Marília no século XXI, vamos Endireitar Marília.